Apoio discreto e eficiente
Data: 22/ABR/2022
Por: Ricardo de Moura
O sonho de ser atleta olímpico tem um preço.
Subir ao pódio olímpico custa ainda um pouco mais.
Desde o início da carreira, muito esforço e disciplina. Logo a seguir, conciliar o estudo, emprego e família com os treinos.
Acordar cedo, ir para o treino e passar horas fazendo exercícios pesados.
Superar limites.
Para enfrentar todos esses desafios é necessário suporte técnico, administrativo e financeiro.
Hoje, o sistema esportivo funciona de forma compartida.
Locais de treinamento, técnicos, equipes multidisciplinares e equipe de apoio são mantidos pelos clubes e projetos aprovados no Comitê Brasileiro de Clubes – CBC.
Viagens e a realização dos Campeonatos Nacionais são sustentados financeiramente pelo Comitê Brasileiro de Clubes e Comitê Olímpico Brasileiro.
As viagens internacionais de preparação e participação em eventos têm o apoio de verbas com repasse feito pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
Às Confederações, hoje, sem patrocinadores, ficam para fazer regras e regulamentos. Para os Jogos Panamericanos e Jogos Olímpicos, os critérios, necessitam ainda, serem validados pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Hoje são coadjuvantes no processo.
Os atletas têm a sustentação financeira através de repasse individual feita pelos clubes, patrocinadores, as bolsas Atleta e Atleta Pódio, além do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), das Forças Armadas.
Auxílios fundamentais, em períodos normais e críticos, principalmente na ultrapassagem do período de pandemia.
Um dos programas mais discretos é o PAAR, do Ministério da Defesa, criado em 2008 com o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível.
Discreto e eficiente.
Atualmente, é integrado por 551 militares atletas em 30 modalidades. Desse total, 92 foram a Tóquio. Esses atletas conquistaram 8 das 21 medalhas obtidas pelo Brasil.
Para participar no Projeto, é necessário alistamento por meio de edital público e passar por um processo seletivo: avaliação curricular, entrevista, inspeção de saúde e exame físico. São considerados os resultados dos atletas em competições nacionais e internacionais. Os aprovados ingressam em uma das Forças Armadas.
Os atletas militares contam com os benefícios da carreira militar como soldo, assistência médica, acompanhamento nutricional e fisioterapeuta. Além de estruturas esportivas adequadas para treinamento em organizações militares.
De forma cada vez mais frequente, temos acompanhado o gesto de prestar continência, no momento do pódio. E, nas próprias competições nacionais, o emblema das Forças Armadas estampado nos uniformes e nas toucas de natação dos atletas militares.
Um dos atletas que prestou continência no alto do pódio nos Jogos de Tóquio foi Ana Marcela, campeã das maratonas aquáticas. Ela está engajada à Marinha.
Os atletas ressaltam que o gesto, mesmo não sendo obrigatório, é uma forma de expressar respeito.
Também poderia ser de agradecimento e satisfação em participar do processo.
O mérito da conquista da medalha é do atleta.
Mas, cada vez mais, essa medalha tem participação efetiva de muitos outros atores.
Ninguém faz nada sozinho.
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