Estratégia de inovação
Data: 07/jun/2022
Por: Ricardo de Moura
A estratégia de inovação é um diferencial competitivo.
A inovação é algo simples, por incrível que pareça. Não é uma invenção.
É um processo de mudança, de aplicação prática de ideias e tecnologias para criar algo melhor. Buscar um melhor resultado.
No esporte, a inovação pode começar na periodização. Buscar novas alternativas.
A periodização é uma linha de trabalho que estrutura e direciona o treinamento. É a bússola. Planeja as atividades, tempo, intensidade, descanso, implementação da tecnologia, atividades complementares. E seleciona as principais competições, que servirão como avaliação do processo.
Uma periodização olímpica é dividida, em geral, em macro ciclo (anual), meso ciclo (6 a 8 semanas) e microciclo (semanal). Dividida por bloco de trabalho.
No planejamento de um projeto, há o método do caminho crítico.
O método do caminho crítico é uma técnica que permite identificar as tarefas necessárias para a conclusão do projeto. O tempo entre cada etapa e as dependências entre elas, que impactam no resultado.
Um projeto olímpico apresentará um caminho crítico com as principais competições em que o atleta está programado para participar. Teoricamente os eventos estão interligados. E com os pré-requisitos.
Exemplo: se o projeto é levar o atleta da natação para os Jogos Olímpicos, deverão ser cumpridos alguns pré-requisitos. Como cumprir com os critérios de convocação, obter o índice de participação e estar entre os dois melhores do país na prova.
Esse ano, a dois anos de Paris estamos vendo algumas decisões técnicas fora do comum.
A Australia tinha como norma, realizar as suas eliminatórias para as grandes competições com mais de 100 dias de antecedência. Para 2016, foram 114 dias antes da Rio 2016. Em 2021, 34 dias antes de Tóquio e em 2022, para Budapeste, 27 dias.
São novas tendencias. Mais independentes.
Além da modificação estrutural, em outros tempos, seria normal a participação de todos os atletas no Mundial de Budapeste.
Não é o que parece que vai acontecer. Ariarne Titmus, bicampeã olímpica e primeiro tempo do mundo nos 200 m livre, afirmou que está em melhor forma que antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio e vai aproveitar para ampliar a preparação para Paris. Vai para os Jogos da Comunidade Inglesa, mesmo com a melhor premiação em dinheiro no Mundial.
O australiano Kyle Chalmers, campeão olímpico de 2016 e prata em Tóquio nos 100 m livre, irá a Budapeste, mas nadará os 100 m borboleta.
Portugal fez a opção de não levar alguns atletas ao mundial. Priorizará o Europeu.
Todos os caminhos levarão a Paris. A forma de chegar até lá é que vai ser diferente.
Tudo em busca do melhor resultado. O técnico é o dono da bússola.
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