A nova gestão do esporte
Gotas de reflexão
Por: Ricardo de Moura
Data: 12/AGO/2023
A gestão dos esportes, geralmente, é baseada em modelos construídos por sucessos anteriores, que acabam se transformando em verdades absolutas e referencias. Essas verdades precisam ser questionadas periodicamente, pois nem sempre são a melhor resposta. O mundo atual está muito mais rápido que os paradigmas.
A competição vai além das arenas esportivas. O resultado esportivo é uma consequência.
O crescimento de um esporte começa pela base da organização. Muitas das vezes, a hierarquização das organizações esportivas afasta quem está no topo de quem está na base do esporte. Uma organização precisa se estruturar de forma que cada nível hierárquico possa contribuir com a capacidade de resolver os problemas do atleta e cada nível possa usufruir dessa capacidade.
Toda a estrutura e processos de uma organização devem estar a serviço de aumentar a competência para resolver tais problemas.
Aumentar o nível de comunicação e aproximação com a comunidade é o caminho.
Em vez de preparar grandes quantidades de dados através de análises sofisticadas usando ferramentas elaboradas, em um processo extremamente cansativo, a alternativa, que se mostra muito mais produtiva, é começar levantando possibilidades estratégicas e construindo um processo que permita questionar suas premissas e testá-las até chegar em uma escolha viável.
Na raiz dessa abordagem está o entendimento da estratégia como uma escolha e que a melhor forma de realizar essa escolha é através de perguntas bem elaboradas e formas que ajudem a respondê-las.
As organizações esportivas que não transformam pelo menos uma parte do trabalho em projetos caminha para um mundo ultrapassado.
As instituições e os esportes não competem entre si, somente, mas com transições do cotidiano. No caso do esporte, é quando avança para uma nova tecnologia ou a economia adota um novo modelo.
A crença de que as pessoas são motivadas, principalmente, pelo dinheiro está entranhada na maior parte das organizações, que acabam colocando sobre essa dimensão a maior responsabilidade pela retenção e engajamento das pessoas.
Apesar de não ser um aspecto irrelevante, todos os estudos e a prática cotidiana mostram que os ganhos materiais podem ter um impacto inicial importante na atração de talentos, mas pouco a ver com o real engajamento dessas pessoas.
O engajamento passa pelo propósito do trabalho (quanto é importante), liderança participativa e confiável, ambiente de trabalho e oportunidade de crescimento.
Cultura esportiva, vontade política, conhecimento e experiência complementam o caminho.
#esporte #gestao #gestaodoesporte #desenvolvimento #tecnologia #conrorrencia
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).