Amor como arma secreta
Gotas do esporte
Por: Ricardo de Moura
Data: 26/AGO2023
No Mundial de Atletismo em Budapeste, que termina no próximo domingo dia 31 de agosto, a única medalha brasileira, até aqui, foi conquistada por Caio Bonfim, bronze na marcha atlética de 20 km, com 1:17,47, novo recorde brasileiro. O anterior era do próprio Caio, com 1:18:19, obtido em La Coruña, na Espanha, no dia 3 de junho de 2023.
Caio Bonfim é o principal marchador da história do País. Esta é a segunda medalha de bronze do brasileiro – a primeira foi conquistada no Mundial de Londres-2017.
Caio, ainda, foi sexto nos Mundiais de 2015 e 2022, e quarto na Olimpíada do Rio.
Em uma entrevista em 2019, ele confessa que tem uma arma secreta para atingir seus objetivos: a mãe, ex-atleta e treinadora Gianetti Sena.
Caio ouviu algumas vezes que ter a mãe como treinadora poderia atrapalhar: “Nunca pedi para ela separar a mãe da treinadora. Pelo contrário, acho importante ter a intensidade de mãe na treinadora. Me disseram que não ia dar certo, mas deu muito certo. Nosso segredo é o amor”, disse o atleta.
Gianetti Oliveira de Sena Bonfim foi a primeira brasileira a ganhar uma medalha internacional da marcha atlética, com história na modalidade com uma série de triunfos, entre 1996 e 2004, e despertou no filho mais novo, Caio Bonfim, a vontade de seguir os passos da mãe no esporte.
Caio tem a humildade na atitude e no discurso e diz que vem vencendo o preconceito com a marcha atlética, sem popularidade no país, e inspirando novos adeptos para a marcha atlética no Brasil.
Diz que foram muitos os dias em que saiu para marchar e era xingado. Mas está acostumado com isso, pois a mãe já chegava em casa falando essas coisas e que, portanto, ele sabia onde estava entrando.
Usam o amor, como arma secreta, para ganhar medalhas e vencer o preconceito.
O Brasil agradece.
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Foto: Agência Brasil e Secretaria de Estado de Esportes e Lazer do DF
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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