Aprendendo com a derrota
Gotas de reflexão
Por: Ricardo de Moura
Data: 12/SET/2023
O esporte está vendo nascer um novo ídolo. Ele responde pelo nome de Carlos Alcaraz. Tem 20 anos, é espanhol. Na quadra sabe se defender muito bem, contra-ataca com muita velocidade, é vibrante e possui um carisma diferenciado.
O mais jovem tenista a chegar a no. 1 do mundo. Venceu ícones do esporte como Novak Djokovic, na final de Wimbledon – um dos mais emblemáticos torneios de tênis do mundo.
Mas, o sucesso tem seu preço. NINGUÉM VENCE SEMPRE.
Ele também aprendeu isso rápido.
Na semifinal do US Open, após a derrota na semifinal para o russo Daniil Medvedev, ele mostrou que tem estrutura para os desafios que terá que enfrentar pela frente. Sem culpar terceiros, sem deslumbramento, analisando seus próprios erros, apontando os pontos a serem melhorados, sem diminuir a vitória do adversário.
“Esse tipo de partida pode acontecer, mesmo que eu me sinta mais maduro do que há um ano. Ele jogou muito bem. Não consegui encontrar soluções no jogo…depois desse jogo vou mudar minha forma de pensar”, destacou Alcaraz. “Ainda não estou maduro o suficiente para lidar com esse tipo de disputa. Devo aprender com isso”.
Ao ser questionado sobre quanto tempo a dor da derrota será sentida, o espanhol foi categórico: “Não sei. Dias, semanas. Não sei. Acho que não vou pensar nisso por muito tempo. Devo aprender com ela, claro, porque quero melhorar. Acho que esse tipo de partida ajuda você a crescer e a ser melhor nesse tipo de situação. Tenho que conversar com a minha equipe, com o Juan Carlos, e ver como posso melhorar. Dias ou semanas, mas não muito mais”.
Respostas e atitude de campeão. Para servir de inspiração para todos. Na vida e no esporte. Prova que ter mais idade não significa, necessariamente, ter mais maturidade.
Óbvio que ele não está sozinho, nem aprendeu sozinho. Pessoas importantes estão ao seu lado ajudando a construir a vida no esporte e fora dele, como o técnico Juan Carlos Ferrero e seus pais.
#esporte #inspiracao #vitoria #derrota
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).