As medalhas vêm das crianças

Gotas do esporte

Por: Ricardo de Moura

Data: 22/SET/2023

Pouca gente gosta de discutir problemas. Vou ser chato.

Há menos de uma ano para os Jogos de Paris, ao discutir o esporte no país, vamos encontrar problemas recorrentes.

A grande diferença com outros países é o investimento no esporte de base. Consequentemente, os resultados no alto rendimento são maiores.

Mais que a falta de recursos, é a falta de uma política, profissionalização e gestão do esporte.

Os recursos, são aplicados de forma vertical, principalmente em período pré-olímpico, no esporte de ponta.

Mesmo com as diferenças e especificidades de cada esporte, as análises e reivindicações têm alguns pontos em comum. Uma delas é a falta de mecanismos para fortalecer clubes poliesportivos menores – o que dificulta a formação dos atletas e contribui para um “monopólio de grandes clubes”, que concentram mais investimento.

O Brasil tem, no máximo, 10 clubes poliesportivos tradicionais, que sintetizam o esporte no país. Em um país do tamanho do Brasil, isso é muito pouco.

O número de aulas, em Educação Física está diminuindo e podem ser teóricas. Secretarias estaduais de Esporte ajudam atletas com bolsas, mas secretarias de Educação acabam com incentivos para que o professor treine o atleta nas escolas. O COB organiza os campeonatos juvenis e escolares, mas o número de estudantes que as escolas inscrevem ainda é pequeno.

O atleta, na maioria das vezes é tirado de seu ambiente, de clubes menores, e levado para os grandes clubes.

Dois problemas: pode secar um nascedouro de outros grandes atletas e o reforço ao grande clube é relativo, na medida em que os clubes abrem e fecham seus departamentos ao gosto da descontinuidade de gestão e recursos disponíveis. O atleta, assim, vira um “nômade”, indo de clube em clube.

O Comitê Brasileiro de Clubes tem ajudado a elevar o número de atendimentos a vários clubes, com verbas para viagens, materiais e pagamento de profissionais. Mas ainda é seletivo.
O CBC tem sido, ainda, na falta de gestão de algumas Confederações, a tábua salvadora, oferecendo recursos para a realização do calendário de competições.

Há que se criar projetos que incentivem a prática esportiva no país, através das cidades, prefeituras, governos estaduais, escolas, faculdades, universidades. Em um sistema integrado de comunicação.

Pelo bem da saúde, da formação, das crianças.
São das crianças que vêm as medalhas.

#esportedebase #futuro #formacao #saude

Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.

Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

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