Melhor abrir os olhos com os chineses
Gotas asiáticas
Por: Ricardo de Moura
Data: 25/SET/2023
A melhora dos chineses em Campeonatos Mundiais de Natação e os resultados dos Jogos Asiáticos, que estão sendo realizados até o dia 30, sugerem que os chineses vão lutar por várias medalhas em Paris 2024, na modalidade.
Em 2022, no Mundial de Budapeste, a China ganhou 6 medalhas (1 ouro e 5 de bronze. No Mundial de 2023, eles quase que triplicaram o número de medalhas: foram 16 (5 de ouro, 3 de prata e 8 de bronze).
A equipe é liderada pelos resultados de Hayang Qin, especialista do nado de peito, o único nadador a vencer as 3 provas do nado de peito em um mesmo Campeonato Mundial (50m, 100 m e 200m), com recorde mundial na distância de 200 metros nado de peito.
No feminino o destaque vai para Yufei Zhang, medalha de ouro na prova de 100 m nado borboleta no Mundial de 2023. Os chineses, de forma surpreendente venceram, ainda, a prova de 4×100 m 4 estilos misto, em Fukuoka 2023.
Os resultados são progressivos. Os Jogos da Ásia, a menos de um ano de Paris, mostram evolução rápida e consistente na natação chinesa.
Logo após o bom resultado da natação chinesa em Tóquio 2021, o site First Sportz, divulgou uma matéria, em 12/08/2021, tentando desvendar uma parte do sucesso chinês nos esportes e, consequentemente, na natação.
O artigo afirmava que os atletas chineses receberam ajuda da China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), que lhes forneceu apoio de alta tecnologia para melhorar o seu desempenho, usando produtos de medição aeroespacial, onde os nadadores refinaram suas técnicas fora da piscina ou na academia.
Sessões em túneis de vento construídos em laboratórios estatais supervisionados por cientistas do CASC foram parte do seu sucesso. Os cientistas também construíram uma versão compacta de um sistema de orientação de mísseis para coletar dados sobre as posturas dos atletas.
Através da análise de dados, os atletas tiveram auxílio para formular programas de treinamento de forma científica e forneceram suporte científico para melhorar o desempenho. O sistema pode obter informações esportivas como postura, velocidade, posição, velocidade angular, aceleração dos atletas, etc. durante o treinamento.
Pelo visto, a reportagem não ganhou muita divulgação. Ou porque tem gente fazendo o mesmo, por descrédito ou ignorância.
De todas as formas, é melhor abrir os olhos com eles!
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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