Caindo na real...
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 26/OUT/2023
Todas as vezes que termina a natação nos Jogos Pan-americanos, há duas realidades: o que aconteceu nos Jogos e o que esse resultado representa.
Apenas 41 países participam dos Jogos Pan-Americanos. Na natação, somente 8 conquistaram medalhas e 3 venceram provas.
Os resultados obtidos, ao contrário dos Jogos Asiáticos, não impactaram no Ranking Mundial.
O melhor índice técnico feminino foi Sydney Pickren (CAN), 25 anos, nos 200 m nado medley, 2,09,09, com 930 pontos, pela Tabela de Pontos da World Aquatics. Ela já é a 6a do Ranking Mundial com 2,08,61, feito na eliminatória canadense para o Campeonato Mundial.
No Brasil, o melhor índice técnico ficou com Guilherme Caribé, nos 100 m nado livre (48,06), que o coloca em 27º no Ranking Mundial de 2023. Guilherme fez 46,94 na parcial fechando o revezamento 4×100 m 4 estilos.
No feminino, o melhor índice técnico foi de Maria da Costa, 4,06,68 (880 pontos), 24º lugar no Ranking Mundial.
O cenário do Pan, difere muito do cenário dos Jogos Olímpicos.
A começar pelas eliminatórias, que são de baixo nível técnico. É relativamente fácil classificar. Diferentemente dos Jogos Olímpicos, em que o atleta, em provas até 200 metros, tem que passar por eliminatórias, semifinais e finais com um rigor muito maior. No Pan, as provas de 800 m e 1500 m nado livre não têm eliminatórias. As séries são nadadas em finais diretas.
Os nadadores dos USA do Pan de 2023 têm poucas chances de conseguir vaga para os Jogos Olímpicos, no forte time americano. A equipe canadense estava mesclada, com uma equipe feminina mais forte. Maggie MacNeil, Sydney Pickrem, mais umas 4 nadadoras e 3 nadadores devem integrar a equipe olímpica canadense de 2024.
O Brasil, para Paris, poderia focar, A PARTIR DE AGORA, em uma periodização que favorecesse Guilherme Costa, Guilherme Caribé e os revezamentos livre masculino e feminino.
O Pan acabou. Não há tempo para cortina de fumaça.
Tratar de forma diferenciada quem pode chegar ao melhor resultado em 2024, programar e trabalhar, trabalhar, trabalhar…
#JogosPanAmericanos #natacao #Paris2024 #selecaobrasileira
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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