Estudo e transparência
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 09/NOV/2023
Uma análise publicada em 2021 pelo site japonês asia.nikkei.com, envolvendo investimentos de governos e órgãos relacionados aos Jogos Olímpicos e o número de medalhas conquistadas demonstrou que o dinheiro gasto em atletismo, natação e esportes similares é a melhor forma de obter retorno em medalhas.
Nos Jogos do Rio-2016, foram concedidas 48 medalhas em modalidades coletivas, ante 925 nas demais modalidades. No atletismo, que envolveu o maior número (141 medalhas), a relativa facilidade em melhorar o desempenho individual em relação a uma equipe inteira possibilita a conquista de mais medalhas.
Instalações e equipamentos também estão ligados à eficiência de custos. A vela e o remo eram caros porque exigiam equipamentos especiais. Os esportes ao ar livre – excluindo atletismo – também eram caros. Em contrapartida, os custos eram baixos nos desportos indoor, como a ginástica, que utiliza equipamentos normalmente disponíveis.
Os EUA foram os primeiros em número de medalhas, com 121. Explica o artigo que o custo para as ganhar foi baixo na natação e no atletismo, bem como no tênis, no golfe e na esgrima. Michael Phelps e Katie Ledecky,ganharam 11 medalhas de um total de 33 medalhas na natação, o maior número entre os esportes em que atletas americanos competiram.
Com base em dados fornecidos pelo Comitê Olímpico e Paraolímpico dos EUA, o custo para ganhar cada medalha de natação foi de cerca de US$ 400 mil.
Portanto, vai a sugestão: estudo transparente do custoxbenefício de cada esporte nos Jogos Olímpicos Paris 2024, seguindo a linha de investimento do SPLISS – modelo de avaliação do esporte, para cada modalidade, que analisa 9 pilares:1 – Suporte financeiro – Ocupa-se em medir o investimento de recursos financeiros voltados aos programas esportivos de maneira geral e para o esporte de alto rendimento, com base nos recursos públicos; 2 – Governança, organização e estrutura de políticas para o esporte; 3 – Participação e esporte de base; Pilar 4 – Sistema de identificação e desenvolvimento de talentos Pilar 5 – Suporte para atletas e pós-carreira ; 6 – Instalações; 7 – Desenvolvimento e suporte para técnicos; 8 – Competições nacionais e internacionais; 9 – Pesquisa científica e inovação.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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