Uma lenda viva da natação -Mark Schubert por Mark Schubert – Parte 2
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 22/DEZ/2023
Continuando a descrição da conversa que tive com um dos maiores técnicos de natação da história, o americano Mark Schubert, perguntei em que ele acreditava na natação.
Mark afirmou que, além da técnica desenvolvida pelo nadador, ele acredita em trabalho duro. É através do trabalho duro que o nadador consegue chegar ao seu limite. O treino traz condicionamento e confiança ao atleta. Foco, disciplina e trabalho duro.
Mark Schubert, oito vezes técnico olímpico, é conhecido por apresentar treinamentos complexos, com grande volume e distribuir dor e séries difíceis.
Ele acredita que é função do técnico levar os nadadores a fazerem o que não querem, experimentar e superar a dor.
Ele criou a “Animal Lane”, onde selecionava em uma raia específica, nadadores para realizarem séries que justificavam o nome do local.
Quando perguntei sobre as expectativas sobre Paris 2024, ele diz que espera um resultado melhor da equipe americana que 2023. Ele acredita que os técnicos americanos irão preparar seus nadadores para grandes resultados.
Quanto àqueles que estão sob a responsabilidade dele, ele espera que consigam se classificar para 2024, que façam bons tempos e cheguem aos pódios.
Um dos que treinam hoje com Mark Schubert e o assistente Fernandinho Soraggi, no alto nível, é Ahmed Hafnaoui, da Tunisia (campeão olímpico 400 m nado livre).
Em um ponto polêmico provoquei a discussão sobre o assunto dos USA serem o único país no mundo a treinarem e competirem em 25 jardas. Ele disse, particularmente, que não gosta desse programa. Afirma que isso acontece em função dos muitos locais já construídos com essas dimensões.
Afirmei que o mundo tinha dificuldades em entender os tempos apresentados pelos nadadores em jardas. Ele concordou e afirmou que, até ele mesmo, às vezes, tinha problemas em interpretar esses resultados.
Disse que um programa esperto (smart) seria o de treinar em jardas de setembro a dezembro, por força do trabalho colegial e universitário, e depois trabalhar em metros.
Concordou com as dificuldades dos nadadores, principalmente de longas distancias e medley, em adaptar suas estratégias e ritmos de prova dos treinamentos e competições em jardas para metros.
(CONTINUA)
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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