Genesis
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 09/JAN/2024
Alguns companheiros, analisando as postagens do Gotas Olímpicas, sugeriram que fosse abordado com mais ênfase o tema da natação de base no Brasil, por considerarem que o trabalho vem apresentando distorções.
Vamos começar com a explicação da Ciência e de resumos de artigos da Cartilha de Capacitação Interdisciplinar de Composição Corporal, feita pelo Dr. Marcus Bernhoeft, em 2014, em uma das muitas Clínicas realizadas por nós desde o ano de 1996, para técnicos e atletas.
O processo de crescimento em direção à maturidade tem como resultado o aumento do desempenho funcional dos órgãos e sistemas do corpo, fazendo com que haja um crescente desenvolvimento dos indicadores motores, ou seja, aumento progressivo do desenvolvimento da capacidade física da criança e adolescente, relacionando-se, portanto, positivamente com o estágio maturacional desses indivíduos.
O crescimento é um processo continuo, na qual não necessariamente existe um ponto final específico, enquanto que a maturação sim.
A adolescência é a fase da vida de importantes alterações físicas e maturacionais, sendo que indivíduos de mesma idade cronológica, mais maturados, podem levar vantagens esportivas em função da maior força e maior massa muscular.
No contexto esportivo e na pesquisa, envolvendo crianças e adolescentes, é importante a classificação maturacional, auxiliando na interpretação entre a maturação e habilidade do desempenho motor.
A maturação biológica é o período de um processo de importantes alterações fisiológicas e psicológicas que se manifestam de forma mais intensa numa faixa de idade crítica que acontece entre 07 e 10 anos característica da fase pré puberal e 11 e 17 anos característica da fase da adolescência.
Por consequência, a diferença de desempenho motor nas comparações entre sujeitos com maturidade precoce com maturidade normal ou tardia, nesta idade crítica, pode ocorrer exclusivamente por conta do grau de maturidade.
Portanto, torna-se importante a classificação maturacional no contexto esportivo ou na pesquisa realizadas com crianças e adolescentes.
A opção pelo melhor instrumento deve contemplar a simplicidade e praticidade de utilização, baixo custo operacional, a precisão das medidas, a estreita relação com o desempenho motor, o treinamento do avaliador, eliminação de fatores de interferência, entre outros, que possam apresentar distorções dos valores obtidos e, sobretudo, a ética.
A idade do pico de velocidade de crescimento (PVC) é o indicador mais comumente utilizado em estudos, considerando a idade somática do adolescente.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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