Sem espaço para a arrogância
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 08/JAN/2024
Em um avião, o procedimento de emergência sugere que coloque o equipamento de oxigênio primeiro em si próprio para poder ajudar outras pessoas.
A pessoa mais importante da sua vida é você! Não é fácil aceitar este conceito.
Fomos induzidos a pensar primeiro nos outros.
Colocar a própria vida em favor dos outros também seria um ato de amor por si mesmo. Seria difícil conviver com a ideia de que poderia ter salvado alguém e não o fez. Neste caso, colocar sua própria vida em favor do outro seria também um ato de amor a si mesmo, de coerência com seus valores e realização pessoal, por mais paradoxal que possa parecer.
O que não significa que gostar de você lhe dá o direito de ser arrogante.
A arrogância surge quando os atletas veem seu status ou conquistas como uma permissão para acreditar ou se comportar de forma superior a outras pessoas.
Atletas arrogantes falam constantemente sobre si mesmos em conversas e raramente ouvem. No caminho da vida, o excesso de confiança nas próprias capacidades pode aumentar o risco de acidentes para ele e para quem o acompanha.
Por outro lado, autoconfiança é o grau de certeza que se tem sobre a capacidade própria de ter sucesso em uma situação. É um juízo que vem do desempenho, repetições sucessivas e esforço de dias, semanas ou anos de trabalho constante e dedicação ao seu esporte.
A velocidade com que os resultados acontecem e surgem novos valores, tem deixado pouco espaço para a arrogância.
Mas, alguns feitos são históricos. Como, por exemplo, ser campeão olímpico.
Ou, mortais com feitos imortais. Como Michael Phelps (28 medalhas olímpicas – 23 de ouro).
E, justamente, esses com maiores resultados têm poucos traços ou, mesmo, nenhum sinal de arrogância.
Sabe que tudo passa muito rápido. Que a vida é efêmera. E que ninguém faz nada sozinho. Por melhor que seja o resultado.
E continuam vencendo. Como Sarah Sjostrom (SWE), 30 anos, que esteve 14 anos no topo do Ranking Mundial da Natação, nos 100 m nado borboleta (2009-2022), ficou em primeiro no Ranking Mundial de 2023, nos 50 m nado livre, com novo recorde mundial (23,61). E vai em busca de mais uma medalha olímpica em Paris.
Substitui a arrogância por competência e resultados.
#esporte #natacao #arrogancia
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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