Nadador de alto nível - O processo – Parte 1
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 27/JAN/2024
Poucos esportes oferecem tantos desafios ao atleta de elite como a natação.
Mas, quando um nadador pode ser considerado de alto nível? Essa foi uma das questões levantadas na Pesquisa Diagnóstica – Técnico de Natação.
Essa pergunta e abordagem também se tornaram predominantes nas bordas da piscina. E não é fácil encontrar respostas objetivas. Primeiro, como se chega ao alto nível?
Para quem quer chegar ao alto nível, um conselho: confie no processo, nos técnicos e na estrutura de apoio. Confie mais no processo que nos resultados.
A maioria das pessoas que atingem o alto nível nadou durante a maior parte da vida.
Frequentemente, eles demonstram aptidão para nadar desde cedo. Há exceções, mas a natação é um esporte que exige extrema precisão tanto no posicionamento quanto nos movimentos do corpo. Esse é o tipo de memória muscular que leva anos para se desenvolver, e é mais fácil treinar um corpo mais jovem, mais flexível e receptivo às melhorias e mudanças do treinamento.
A água deve ser quase como uma segunda casa para quem quer chegar ao alto nível.
Haverá outros aspectos importantes do treinamento mais tarde, mas no início, construir uma base sólida de experiência é o passo mais importante.
As aulas de natação e os treinos devem servir para melhorar a habilidade e identificar pontos fracos na forma no início do processo. Caso contrário, essas compensações problemáticas podem levar a maus hábitos que deixarão o tempo abaixo de outros nadadores, no futuro.
Depois de uma infância repleta de natação, é hora de começar a pensar seriamente no treinamento competitivo.
O processo parece fácil. Não é. É simples. Grande diferença.
Confiar no processo requer fé.
Confiar no processo significa ter confiança em si mesmo. Ter medo das coisas não acontecerem do jeito que acha, é normal. Mas faz bem lembrar que já passou por coisas piores antes.
Lembrar de fazer o melhor agora e diminuir a ansiedade. E perseverança em momentos futuros de adversidade e dor.
Lembrar que estava bem ontem e ficará bem amanhã.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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