Resultado com monitoramento
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 06/02/2024
Os nadadores de peito pertencem a uma classe única de nadadores.
Alguns têm bons resultados nas provas de medley e, até, em provas de nado livre. Mas, basicamente, são exclusivos no nado de peito.
Kauã Santos Carvalho, nascido em 2008, teve um resultado na prova de 100 metros peito juvenil 1 em 2023 que chamou a atenção: 1,02,53. Um ano antes ele havia feito 1,04,77.
Uma melhora significativa, mas, um resultado nas classes menores nunca deve ser analisado isoladamente.
Graças à confiança do supervisor, Prof. Fernando Vanzella e do técnico do nadador, Prof. Gustavo de Souza Huergo (Sabiá), tivemos acesso aos dados comparativos antropométricos e água corporal do nadador.
Como fazíamos na CBDA, os dados não serão divulgados por serem pessoais e sigilosos.
Estes dados demonstram claramente a necessidade de monitorar as características da composição corporal em nadadores de todos os níveis, particularmente os mais jovens, na época de treinamento e competição.
Isso fornece um sistema valioso de coleta de informações para treinadores. O controle da composição corporal em nadadores é uma importante base de dados para análise da eficiência da adaptação corporal no processo de treinamento visando otimizar o potencial de desempenho competitivo.
Juntamente com o Dr. Marcus Bernhoeft, especialista da matéria e com mais de 10.000 dados de nadadores brasileiros, pode-se constatar que:
1- Pelos dados antropométricos (proporcionalidade das medidas), o pico da velocidade do crescimento ocorreu aos 13 anos de idade.
2- O aumento da água intracelular, está diretamente relacionada à massa muscular. O glicogênio (reserva energética) muscular, carreia água para o músculo.
3- O ganho de peso x massa muscular x água corporal, foi proporcional. Portanto, não houve perda proporcional.
4- Pela detecção da água intracelular corporal, através da bioimpedância, não existe a possibilidade de saber o grau de maturação.
5- Ao passar a velocidade crítica do crescimento, o ganho da massa espelha o bom trabalho, na fase atual da idade e do treinamento.
O desenvolvimento do nadador e o bom trabalho estão expressos no próprio resultado do nadador: Brasileiro de 2022 – 1,05,29 – (29,81/1,05,29) – Brasileiro de 2023 – 1,02,53 (30,08/32,45).
Evolução física e aplicação de uma boa estratégia de prova.
#natacao #controle #monitoramento #resultados
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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