DOHA – Análise. Amanhã começa tudo de novo
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 18/FEV/2024
É difícil analisar Doha sem colocá-la no contexto dos ciclos olímpicos de Tóquio e Paris.
Devido à pandemia da doença coronavírus (COVID-19), as Olimpíadas de Tóquio foram adiadas para 2021 (um ciclo de cinco anos), impactando o calendário da natação e fazendo com que muitas competições fossem adiadas.
Doha foi o terceiro Campeonato Mundial em 20 meses (nunca um Campeonato Mundial havia sido realizado em anos consecutivos).
Devido ao calendário encurtado do campeonato desde Tóquio, a proximidade com os Jogos de Paris e outros fatores, alguns atletas de ponta (campeões mundiais e olímpicos) não participaram dos campeonatos mundiais anteriores (2022 ou 2023) e agora em Doha.
Recordes mundiais e recordes de campeonato representam marcos históricos e conquistas no esporte. Quanto maior o número de recordes obtidos em uma competição, maior o nível técnico apresentado.
Doha, nesse quesito, teve o menor número de recordes mundiais desde 2000, incluindo Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos. Somente 1 recorde mundial. O que dá a noção do nível técnico no geral.
Foi um Mundial de oportunidades. A grande maioria das provas teve campeões mundiais inéditos.
Conseguiram transformar as oportunidades em realidade.
Países que ganharam pela primeira vez uma medalha de ouro em Campeonato Mundial de natação, como a Irlanda e Portugal. Países que ganharam medalha pela primeira vez em Campeonato Mundial de Natação. Como Israel e Bosnia.
O sentimento daqueles que participaram do Campeonato Mundial pode ser definido entre: alegria (pelas conquistas e melhora de seus tempos pessoais), alívio (por cumprirem a expectativa), frustração (por não terem conseguido cumprir a expectativa), preocupação (falta pouco tempo para as seletivas e Jogos Olímpicos) e desespero (por expectativas erradas, falta de preparo, os adversários tiveram melhor performance, faltou o índice olímpico, estratégia equivocada e outros fatores).
Agora, zerou…
De uma forma ou de outra, amanhã começa tudo de novo…
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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