O principal adversário é o próprio nadador
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 15/MAR/2024
O retorno de Caeleb Dressel, sete vezes campeão olímpico, à equipe americana é uma incógnita.
Após o abandono de Dressel, no meio do Mundial de 2022, por razões que podem ser explicadas como um “colapso psicológico”, ele tem tentado, desde julho de 2023, um retorno à altura de seu prestígio.
Não é fácil. A torcida pelo retorno em grande forma do ídolo tem eco no mundo todo.
Após a aposentadoria de Michael Phelps, Dressel apareceu como o sucessor imediato ao posto de grande referência do esporte. Isso parece ter pesado.
Cada vez que Dressel aparece em uma competição, há uma grande expectativa. Pelos resultados e pela classificação.
Durante os 8 meses em que esteve afastado dos treinamentos, Caeleb perdeu massa muscular. No auge da forma pesava 90 kg. Retornou pesando 83 kg.
Ele vem trabalhando para recuperar a força técnica, física e psicológica para enfrentar as seletivas olímpicas dos EUA em 2024 (15 a 23/06/2024).
Essa perda muscular tem reflexo imediato nos resultados.
Difícil avaliar e mensurar todo o processo de recuperação.
Dressel é o recordista americano dos 50m nado livre (21,04), 100m nado livre (46,96) e 50m nado borboleta (22,35) e recordista mundial dos 100m nado borboleta (49,45).
Buscando uma observação mais embasada, conseguimos identificar, mesmo que por análises realizadas por instituições diferentes, dados de Dressel em dois momentos, na prova dos 50m nado livre: a vitória nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 e a última participação, com vitória, no Torneio TYR em Westmont em março/2024.
A análise traz uma noticia esperançosa para Dressel. Ele, talvez pela perda de massa muscular diminuiu a força e a explosão da saída (ele possui a melhor marca dos primeiros 15 metros do mundo).
No entanto, ele conseguiu fazer o 2º 25 metros em 2024, com tempo menor que nos Jogos Olímpicos de Tóquio, 2021.
Na realidade, o principal adversário de um nadador é ele mesmo.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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