Vários ângulos de um resultado
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 2/MAI/2024
Os resultados esportivos podem ser analisados sob vários ângulos.
Recentemente, o mundo dos esportes passou por uma revolução silenciosa, impulsionada pela tecnologia e pela análise de dados.
A análise preditiva, em particular, emergiu como uma ferramenta indispensável para equipes esportivas, atletas e aficionados.
A análise preditiva, simplificadamente, envolve o uso de dados históricos, estatísticas e algoritmos para fazer previsões sobre eventos futuros e oferece análises consistentes sobre o desempenho de um atleta.
Isso permite que se ajustem técnicas e estratégias para alcançar um nível superior de excelência.
Vale dizer que o mundo está “ligado” no desempenho de todos os atletas e a comparação e previsão dos resultados. Cada vez menos existem as “surpresas”.
Na natação, existem várias formas de avaliar um resultado.
Há o placar e o resultado. O placar é frio. Aparecem os tempos obtidos pelos atletas e as classificações.
Resultado é a consequência do placar. O tempo obtido foi recorde pessoal, recorde da prova, obtenção de índice para participação nacional ou internacional? A classificação foi suficiente para garantir a presença em uma fase seguinte da competição (semifinal ou final), o pódio ou para integrar a seleção em provas individuais ou revezamentos?
Os tempos e as classificações foram compatíveis com a fase de trabalho? Atenderam às expectativas?
Após as identificações de placar e resultados, vem a parte mais complexa.
Analisar e justificar os resultados de forma racional e isenta.
Normalmente, quanto mais se quer justificar um mau resultado, mais desculpas se busca encontrar. Mau, é mau. Bom, é bom.
As respostas honestas às análises vão poder criar um futuro mais sólido.
Um dos maiores problemas de maus resultados é a omissão durante o processo.
Os principais atores percebem as falhas, mas não lutam para corrigi-las ao longo do trabalho. Por medo, por não avaliar bem o tamanho do prejuízo, por comodismo, por ignorância, por falta de foco…
Justificar um mau resultado que poderia ter sido melhor por omissão, é criar uma desculpa. Analisar um mau resultado como bom, é irresponsabilidade.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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