Atrasados, intempestivos e irrelevantes
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 31/MAI/2024
No dia 23 DE MARÇO DE 2023, este espaço realizou uma análise do índice de natação para Paris, distribuído pela World Aquatics.
A análise mostrou a disparidade técnica entre os tempos, com base na tabela de pontos da World Aquatics.
Lembramos, na época, que os tempos dos 400m livres, 100m borboleta, 200m borboleta, 200m costas e 400m livres femininos eram os mesmos de Tóquio, mas os 800m livres são quase sete segundos mais rápidos, enquanto os 1500m livre eram 22 segundos mais rápidos.
Aplicando a tabela de pontos da FINA, as duas provas teoricamente mais difíceis eram os 200m peito, para homens e para mulheres.
Os índices, teoricamente com menor grau de dificuldade, eram: para mulheres, 200 m costas.
Fazendo uma comparação hipotética, a tabela dos homens é mais forte que a das mulheres.
Olhando para as duas tabelas, os primeiros 5 índices (maior número de pontos na tabela FINA) eram todos no masculino: 200 nado peito (916), 400 nado livre (913), 100 nado livre (910), 1500 nado peito livre (903) e 200 medley (902).
A prova feminina de 200 metros peito, a mais difícil segundo a Tabela Mundial de Pontos de Esportes Aquáticos, soma 900 pontos.
Os 1500 livres femininos, embora tenham caído 22 segundos em relação ao índice de Tóquio 2021, ficaram entre as 3 provas com menor grau de dificuldade: 1500 livre (856), 200 borboleta (853) e 200 costas (846).
A análise do tempo comprova, até agora, as disparidades, nos números apresentados com o número de nadadores, até agora, com o índice de Paris.
Alguns meios de comunicação estão AGORA conscientes das disparidades e do baixo número de nadadores em determinadas provas.
Estão atrasados, fora de tempo e os comentários e opiniões são irrelevantes.
Após ter sido realizada a maioria das seletivas e formação das equipes, tentam enviar sugestões para o critério de formação dos índices.
Ninguém reagiu fortemente à publicação do índice, na época.
O esporte e a sua comunidade, tal como os órgãos de imprensa especializados, devem aprender a questionar no momento certo, de forma categórica, sem medo e sem depender de questões políticas.
#natacao #dificuldade #indices #Paris2024
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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