Limitação da excelência
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 16/JUN/2024
A prova de 100m nado borboleta para mulheres na seletiva dos Estados Unidos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 levanta o debate sobre a proposta de permitir até 3 nadadores por país em cada prova olímpica na natação, em vez do limite atual de 2 nadadores por país.
Gretchen Walsh venceu, registrando os dois melhores tempos já vistos na prova, com 55,18 e 55,31. Em terceiro lugar na seletiva americana, Torri Huske obteve o quarto melhor tempo na história, com 55,52, enquanto Regan Smith garantiu o quinto melhor tempo, com 55,62, ficando em terceiro na seletiva americana.
Além disso.
Os três melhores tempos até agora na prova de 100m nado borboleta durante o período válido de inscrição, que vai de 1 de março de 2023 a 23 de junho de 2024, pertencem às três principais nadadoras na seletiva dos Estados Unidos.
Existe uma alta probabilidade de que essa situação permaneça, visto que estamos próximos do fim do prazo de inscrição.
Isso significa que uma nadadora com reais chances de conquistar uma medalha não poderá se inscrever nessa prova.
Existe um espaço plausível e lógico para inovar na proposta de inscrição.
Conhecemos o limite de participantes na competição de natação, que é de 843 nadadores. Cada equipe pode inscrever no máximo 52 nadadores (sendo 26 homens e 26 mulheres).
Que os limites sejam respeitados, diante da rigidez estabelecida para o número máximo de competidores nos Jogos Olímpicos.
Entretanto, é necessário modificar o limite de participantes por modalidade nas provas de natação.
Caberia a cada nação participante definir a sua estratégia.
Cada país continuaria a poder inscrever no máximo 52 nadadores, com a possibilidade de inscrever até 3 nadadores por prova.
Para contemplar a presença de atletas de todo o mundo nos Jogos Olímpicos, já foi estabelecido o princípio da universalidade.
Vivemos tempos de excelência na gestão do esporte, da busca por melhores recursos, de inovação tecnológica, melhores resultados e recordes, na atração por maiores públicos e adeptos.
A limitação da excelência pode influir no desenvolvimento do esporte.
#swimming #natacao #excelencia #jogosolimpicos #olympicgames
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).