Hora da onça beber água...
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 22/JUL/2024
Faltam 5 dias para o início da natação em Paris.
Como falar depois é mais simples, vamos conversar antes.
Independentemente do resultado a ser alcançado pelo Brasil nos Jogos Olímpicos, é preciso analisar o processo que nos levou lá.
O evento mais importante da Terra, exige visões distintas.
Os grandes eventos são manifestações culturais que despertam interesse do público.
Considerar o impacto social das Olimpíadas é crucial. As reações podem ser positivas ou negativas e abrangem as marcas e investimentos que prestam apoio.
Além, é claro, do progresso esportivo.
Os projetos esportivos desenvolvidos ao longo do último ciclo olímpico promoveram um maior envolvimento de adeptos, número de atletas registrados e evolução esportiva?
Foram estabelecidas metas para serem atingidas pelas instituições que receberam os recursos?
As medalhas são consequência do êxito de um plano ambicioso de prática intensa de esporte pela população e detecção de jovens talentos.
Países que desenvolveram um plano estratégico para o esporte tiveram ganhos esportivos em Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais.
Os investimentos públicos em esportes devem ter um impacto mais significativo na prática esportiva da população. O empenho e o planejamento no trabalho resultarão em mais medalhas.
Com os resultados alcançados em competições internacionais e seletivas, alguns sinais foram expostos.
Existe uma forte tendência para o aumento da distância do Brasil em relação aos países com um plano estratégico esportivo mais eficaz.
A visão equivocada de conquista de medalhas com planos ultrapassados e sem definição, praticada pelo COB, Comitê Brasileiro de Clubes, confederações e pelo governo federal, terá que ser modificada.
Novas métricas de avaliação dos projetos esportivos precisam ser aplicadas. Uma maior atenção nos investimentos de base e no calendário nacional de competições, são algumas delas.
A situação requer isso.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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