Natação do Brasil em Paris
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 03/AGO/2024
O Brasil encerrou sua participação na natação nos Jogos Olímpicos de Paris.
Sem medalhas, a equipe chegou a 4 finais, metade do número alcançado na Rio 2016 (8), lembrando que o programa de provas de Paris tem 3 provas a mais que Rio 2016.
O resultado foi reflexo do que ocorreu no último ciclo olímpico: baixa renovação, nenhuma medalha em Campeonatos Mundiais e uma seletiva para esquecer.
A equipe brasileira de natação em Paris tem uma média de idade (24,26 anos) similar à de Tóquio (24,27 anos). A média é maior que Sydney 2000 (23,63), Atenas 2004 (23,23), Beijing 2008 (23,76) e Rio 2016 (24,06).
Stephanie Balduccini foi a nadadora mais jovem em Paris aos 19 anos (havia sido a mais jovem também em Tóquio), enquanto Marcelo Chierighini, aos 33 anos, foi o mais experiente em sua 4ª Olimpíada.
Dos 18 nadadores, 11 já participaram de outros Jogos Olímpicos e 10 deles foram convocados somente para provas de revezamento.
Das 5 provas de revezamento em que o Brasil se classificou para Paris, somente conseguiu chegar às finais o 4x200m nado livre feminino, repetindo a classificação de Atenas 2004, 7º lugar.
No revezamento 4x100m 4 estilos misto, o Brasil improvisou a equipe, ficou em 16º e último lugar, a quase 9 segundos depois da equipe da Coreia, 15º lugar.
O Brasil chegou às finais em 3 provas individuais: Guilherme Costa, 25 anos, (400m nado livre – 5º); Maria Fernanda Costa, 21 anos, (400m nado livre – 7º) e Beatriz Dizotti, 24 anos, (1500m nado livre – 7º).
Os resultados são frios. Em um mundo repleto de informações, manter uma visão imparcial e embasada nos ajuda a fazer análises concretas e a tomar decisões mais acertadas.
De uma forma geral, os comentários das transmissões da natação, não conseguiram analisar o desempenho brasileiro de forma real.
Confundiu mais que explicou. Mais ainda, omitiu. Emocional, fora do contexto.
Hora de refletir, reprogramar, escutar os principais atores, reavaliar as ações, projetos e planejamentos.
O mundo entra em breve recesso para reestudar seu programa para Los Angeles, que está logo ali.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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