O futuro dos projetos para a medalha
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 23/AGO/2024
Depois da análise de onde vêm os recursos para o esporte, outras questões precisarão ser respondidas para um verdadeiro desenvolvimento esportivo.
Ter recursos é essencial. Entretanto, somente eles não serão capazes de aprimorar o progresso do esporte no país.
Hoje, os investimentos são realizados conforme as decisões de cada entidade, sem articulação.
Mais ainda: sem transparência de metas, mensuração de retorno e controle da aplicação dos recursos.
É responsabilidade do COB supervisionar e viabilizar a preparação de equipes olímpicas nos projetos apresentados pelas Confederações, investir no aprimoramento técnico das 42 modalidades olímpicas, promover e coordenar iniciativas voltadas ao progresso do esporte no Brasil e prestar assistência e acompanhamento direto aos atletas da delegação brasileira.
Onde está a análise dos investimentos dos projetos apresentados pelas Confederações e o retorno obtido?
Os investimentos atraíram um número maior de adeptos? Novos valores?
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – CBDA foi uma das confederações que mais recebeu investimentos da Lei Piva. E apresentou o pior resultado em 26 anos.
Um dos critérios utilizados como meritocracia foi o número de medalhas conquistadas em um evento regional, os Jogos Pan-Americanos, que está longe da realidade dos Jogos Olímpicos.
Paris mostrou que, na natação, o acompanhamento se dá na evolução técnica do tempo do nadador e sua classificação no Ranking Mundial.
Como o ciclo para Los Angeles-2028 será organizado, vai depender dos rumos que serão tomados na administração do COB, que passará por eleições neste ano, com data ainda a ser definida.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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