Redes sociais e esportes
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 21/AGO/2024
Atualmente, as pessoas divulgam tudo em suas mídias sociais como se fossem um anúncio publicitário ambulante de si.
O esporte é uma das áreas mais afetadas. Especialmente em um ano olímpico.
As mídias sociais podem influenciar os resultados desportivos.
As críticas e comentários maldosos podem afetar a saúde mental dos atletas, provocando ansiedade e depressão.
Com a falta de autoconfiança e o surgimento de distúrbios mentais, o desempenho do atleta pode diminuir significativamente.
Em alguns casos, a culpa pelo baixo rendimento não é só das críticas, mas sim do atleta.
A utilização das mídias sociais tem prejudicado o sono deles, com a dependência desses aplicativos, especialmente durante a madrugada, o que prejudica o sono e, consequentemente, a recuperação.
As redes sociais tiveram um papel importante durante todos os Jogos Olímpicos de Paris e, por meio delas, os atletas viram seus seguidores aumentarem.
Isso atrai os atletas a utilizarem cada vez mais os aplicativos.
Gabriela Moneschi, goleira da seleção brasileira de handebol, passou de 23 mil para 340 mil seguidores, enquanto a ginasta Julia Soares, de 90 mil, alcançou mais de dois milhões de seguidores.
Caio Bonfim, atleta que conquistou a medalha de prata na marcha atlética, tinha cerca de 12 mil seguidores e, ao longo dos dias de Olimpíadas, passou para mais de 400 mil.
Aqueles que possuem habilidade para preservar sua imagem, respeitam limites de exposição e usam as plataformas de maneira estratégica, podem ser recompensados com diversos benefícios, tanto para o desempenho esportivo quanto para a projeção e busca por patrocínios.
Como David Popovic, romeno, ex-recordista mundial dos 100m nado livre e campeão olímpicos dos 200m nado livre, na natação, preferiu ficar sem acesso às redes sociais.
O que é preciso lembrar é que o bom resultado é o que atrai o público.
Postar imagens que não condizem com os resultados ou procurar “mascarar” esses mesmos resultados aparecem mais como uma desculpa.
Ou deslumbramento.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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