Estratégia nacional de natação
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 28/AGO/2024
A última postagem “Tá ruim, mas tá bom…” acabou gerando uma série de discussões (nas redes e no privado) sobre o tema da passividade genética de nosso povo e da situação de acomodação da grande parte dos dirigentes esportivos do país.
Na falta de análise ou transparência pública dos resultados após os Jogos de Paris, a pergunta que ficou no ar: “E aí, o que fazer?”
Em primeiro lugar, um profundo e honesto diagnóstico da situação da natação brasileira.
Ato seguido, a coragem e vontade política para atacar pontos fundamentais:
1- Ninguém consegue fazer nada sozinho. Reunir os principais atores do esporte brasileiro (Governo Federal, COB, CBC, CBDA, federações, clubes, entidades estaduais e municipais) e lançar uma Estratégia Nacional de Natação. Nenhuma entidade ligada ao esporte atuará de forma independente do processo.
2- Ampliar a oportunidade de acesso do brasileiro em fazer a natação. Nossa base de acesso ainda é muito restrita. Ampliar a facilidade de quem já pratica natação em projetos sociais e escolas de natação de integrar a base federada do esporte.
3- – Planejar, construir, preservar e atualizar instalações de natação que atendam de forma sustentável e segura ao maior acesso e participação.
4- Formação e reciclagem dos profissionais com a adoção de uma metodologia para aumentar o número de nadadores com habilidades, especialmente crianças, através de uma estrutura melhorada de aulas formais e suporte de treinamento.
5- Cadastramento geral de alunos e estruturação de níveis de desenvolvimento com acompanhamento e controle de desenvolvimento.
6- Calendário de eventos que possibilitem aumentar a participação ao longo do ciclo de vida, elevar o número de participantes do clube, criar ambientes competitivos estimulantes e caminhos que permitam o desenvolvimento de atletas de alto nível.
7- Criar um calendário plurianual até 2028, com datas, periodização, locais seguros e adequados para a perfeita programação de clubes, técnicos e nadadores.
8- Realização de clínicas nacionais com os nadadores divididos por idades e contratação de equipe multidisciplinar permanente para orientar o programa nacional, realizando medidas antropométricas, estudo biomecânico e programa de trabalho.
9- Reuniões anuais de avaliação do programa.
10- Concentração das verbas disponibilizadas para o esporte em uma central única para atender projetos com controle e metas.
11- Divulgação ampla e transparente das ações.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
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