O pulo do gato dos paralímpicos
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 09/SET/2024
Nada vem por acaso.
Os resultados da equipe paralímpica brasileira, que acumula recorde de medalhas a cada edição dos Jogos vêm atrelados a muito mais que aumento de investimentos e visibilidade.
Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e bicampeão olímpico, é um dos responsáveis diretos pela subida de patamar.
O pulo do gato foi o bom senso de instituir um Planejamento Estratégico em 2017, com METAS e QUAL CAMINHO seria percorrido pela entidade para melhorar cada vez mais a participação do Brasil nas principais competições.
Um planejamento que não ESTAVA CONECTADO SOMENTE AOS ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO.
O Planejamento Estratégico mudou o conceito e a forma de atuação do CPB. Ampliou o movimento passivo de realizar e organizar as competições nacionais, selecionar os principais atletas e conduzi-los aos Jogos Pan Paralímpicos e Jogos Paralímpicos.
Conectou a isso, a contratação de profissionais com excelência.
Atualmente o CPB tem, também, a função de formação de atletas e desenvolvimento das modalidades paralímpicas.
Mizael aproveitou muito bem o legado dos Jogos Olímpicos de 2016, que foi o centro de Treinamento (um dos mais completos do mundo), situado em São Paulo.
Um espaço com mais de 100 mil metros quadrados, onde são desenvolvidas 17 modalidades olímpicas, que já realizou quase 1500 eventos esportivos paralímpicos entre os Jogos do Rio e o início de 2023.
No total, quase 100 mil atletas já passaram pelas instalações, que custou 264,2 milhões, investimento realizado pelo Governo Do Estado de São Paulo.
Com a mudança de filosofia, o CPB passou a ter acesso até os atletas, criando uma série de projetos, como o Festival Paralímpico e o Camping Escolar (um evento que reúne os melhores atletas escolares, duas vezes por ano). Os selecionados são encaminhados para o Centro de Treinamento e dão início à seleção de base.
O CPB projeta um futuro ainda mais animador. Momento em que as crianças desenvolvidas pelos projetos do CPB vivenciarão o alto rendimento.
Quanto mais cedo a criança for introduzida ao esporte, mais chances de desenvolvimento.
O esporte é onde a pessoa tem mais reconhecimento.
Embora vivenciando realidades diferentes, o CPB recebe 40% menos recursos da loteria que o COB.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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