Pior para os outros
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 11/SET/2024
As organizações de destaque valorizam mais a reflexão crítica do que a autopromoção.
A análise crítica é vital para identificar problemas, sugerir soluções, verificar ações, determinar melhorias e avaliar o alcance de metas. Infelizmente, algumas preferem se promover a enfrentar a realidade.
Divulgam fatos, na maioria das vezes inúteis, para esconder um fracasso. Ou permanecem inertes.
Os Estados Unidos são a potência em natação. Mais uma vez, em Paris, liderou o quadro de medalhas na modalidade: 28 (8 de ouro).
Dos Jogos de 1992 em Barcelona até os Jogos de Paris, a equipe de natação dos Estados Unidos ganhou mais medalhas de ouro do que qualquer um de seus concorrentes.
A última vez que a equipe dos EUA não ganhou o maior número de ouros em uma única Olimpíada foi em 1988, quando terminou em segundo lugar, atrás da Alemanha Oriental.
Em uma análise fria, após Paris, a US Swimming mostrou que, mesmo vencendo, não gostou dos resultados. Ganharam 11 de ouro em 2021 e 16 de ouro em 2012 e 2016.
O pior desempenho dos americanos em 36 anos, desde as Olimpíadas de 1988 em Seul.
Em 2024, os americanos não alcançaram dois dígitos em medalhas de ouro na natação. As 28 medalhas totais marcam a primeira vez desde os Jogos de 2004 que a equipe não conseguiu 30 medalhas no total.
Acrescentando que, naquela época, o programa de natação era menor, com os 1500 livres femininos, 800 livres masculinos e revezamento 4x100m medley misto, todos eventos nos quais os americanos chegaram ao pódio, ainda não adicionados à programação.
Outro ponto de destaque negativo, na análise da US Swimming, foi o baixo índice de melhora entre a seletiva americana e os Jogos de Paris.
Assim, decidiram trocar a direção. Sai o CEO Tim Hinchey e a Diretora de Gestão da Seleção Nacional, Lindsay Mintenko.
Em breve, anunciarão os novos diretores e o Técnico Nacional de Natação, para elaborar, comandar e monitorar o Planejamento Estratégico para 2028.
Quando quem vence e tem a melhor estrutura não está satisfeito, pior para os outros…
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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