Quanto custa para formar um nadador olímpico?
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 16/SET/2024
Formar um atleta olímpico requer muito mais do que apenas talento e dedicação.
O custo para preparar um atleta de elite envolve uma série de despesas com treinadores, infraestrutura, viagens, alimentação, e equipamentos, entre outros.
Este investimento significativo é essencial para que os atletas possam competir em igualdade de condições com os melhores do mundo.
De acordo com a revista Exame, a formação de um atleta de alto nível no Brasil, pode custar mais de R$ 5 milhões (varia por modalidade).
A formação de um atleta olímpico nos Estados Unidos pode custar US$ 500 mil (cerca de R$ 2,8 milhões) por ano, especialmente em modalidades que demandam treinamentos específicos e instalações sofisticadas, como natação e ginástica artística.
A oferta de bolsas de estudo integrais é fundamental para universidades e programas esportivos de excelência, auxiliando atletas a cobrir despesas de treinamento e competições.
No Brasil, iniciativas como o Bolsa Atleta e patrocínios privados são essenciais para sustentar a carreira esportiva. Outros desafios incluem a falta de incentivo ao esporte de base e a distribuição desigual de recursos em um país de proporções continentais.
Na tentativa de minimizar os altos custos e dificuldades no Brasil, programas como o Bolsa Atleta e o apoio de patrocinadores têm sido vitais para o desenvolvimento de talentos.
Um levantamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aponta que o governo federal repassou R$ 426 milhões nos três anos do ciclo olímpico de Paris (entre 2022 e 2024), através do Bolsa Atleta. Esse valor engloba todos os bolsistas, não só os atletas olímpicos.
Na delegação brasileira que foi à França, 242 atletas recebem um valor mensal, que é mais alto conforme as conquistas individuais.
Ao se considerar a carreira completa de cada um, só quatro brasileiros que estiveram em Paris nunca tiveram o Bolsa Atleta.
O governo investiu nos 275 brasileiros que representam o país na Olimpíada: cerca de R$ 93 milhões. Desde que foi criado, em 2005, o Bolsa Atleta teve um gasto total de R$ 1,776 bilhão.
No entanto, para competir de igual para igual com as potências esportivas, é necessário um investimento contínuo e sustentável em infraestrutura, treinamento e suporte aos atletas.
Palavras chave: Esporte; Olímpico; Formação; Custo.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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