A incrível adaptação ao meio líquido
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 21/SET/2024
O grupo Bajau Laut aprende a nadar antes de andar.
Eles habitam o oceano há séculos e têm uma visão única do oceano, que, para eles, é uma entidade viva.
De acordo com a tradição, eles ganham a vida pescando e mergulhando livremente.
As práticas sustentáveis antigas estão sendo substituídas por outras mais devastadoras, como a pesca com dinamite e cianeto.
Durante as últimas décadas, muitos deles tiveram que se mudar para a terra. Portanto, apesar de terem se desenvolvido para habitar no oceano, o tempo determinará por quanto tempo eles ainda poderão permanecer por lá.
Os Bajau Laut são ciganos do mar há séculos e vivem nas águas que chamam de lar ao redor das Filipinas, Malásia e Indonésia.
Eles estão entre os melhores mergulhadores do mundo em busca de pérolas e alimentos, vivendo do mar como nenhuma outra comunidade na Terra.
De acordo com a National Geographic, eles podem atingir profundidades de 60 metros com uma única respiração e permanecer submersos por mais de dez minutos.
Os pesquisadores descobriram adaptações fisiológicas e genéticas nesses nômades do mar.
O baço é um órgão do lado esquerdo do corpo humano, abaixo dos pulmões e acima de um rim. Filtrando o sangue dia após dia, e, tecnicamente, você poderia viver sem. Como o maior órgão do sistema linfático, ele também tem o estranho hábito de se contrair como quando você coloca seu rosto debaixo d’água e prende a respiração.
Como o baço é relativamente grande e cheio de sangue, ele espreme todo esse sangue para dentro do sistema circulatório e adiciona mais oxigênio à mistura. Os baços dos Bajau são enormes, o que essencialmente lhes dá muito mais oxigênio quando seus baços se contraem.
A “adaptação” humana à água é consciente e inconsciente, assim como várias coisas sobre o comportamento humano.
Mesmo os reflexos adaptativos mais básicos precisam ser moldados e ensinados, embora muitas vezes possam ser aprendidos de maneiras implícitas e indiretas ou encontrados em forma básica muito cedo.
O reflexo de imersão pode sinalizar o aprendizado inicial, mas o objetivo é construir um comportamento voluntário mais consistente e fazê-lo de uma forma que não traumatize tanto a criança que ela nunca mais queira voltar às aulas de natação.
Palavras chave: Adaptação; Ser Humano; Meio Líquido.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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