Infoxicação
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 16/Out/2024
Este tópico é delicado, polêmico e persiste ao longo do tempo.
Vários técnicos de natação dizem que o maior desafio não é encontrar espaço na piscina, identificar nadadores talentosos, enfrentar o mau tempo, lutar contra as adversidades da profissão, conseguir mais recursos ou equipamentos.
É trabalhar com os responsáveis pelos atletas.
Em um mundo em que a informação não cessa, a comunicação interna é importante para combater os conflitos e atrair a atenção dos envolvidos com conteúdo relevante.
Tudo é muito urgente e instantâneo, uma combinação que sobrecarrega o cérebro e, ao longo do tempo, pode, sim, intoxicar a mente, desencadeando ansiedade, burnout e até depressão, dependendo da pessoa.
Esse fenômeno, aliás, tem um nome específico: infoxicação.
Em resumo, o termo “infoxicação” foi criado pelo físico espanhol Alfons Cornellá em 1996, numa época em que navegar pela web ainda era bastante limitado.
Mas hoje, quase 30 anos depois, o conceito nunca esteve tão atual na comunicação interna, com o auge das redes sociais e dos e-mails corporativos, isso sem falar nos aplicativos mobile. Se a informação flui até pelo celular, ficar offline – definitivamente – não é uma opção válida para o colaborador.
É preciso filtrar esse acúmulo de comunicação. Transformar em informação.
Não há uma receita para o sucesso. Mas, uma certeza, os pais impactam no desenvolvimento do nadador. Para o bem ou para o mal.
Manter os pais informados, próximos, parceiros do desenvolvimento do filho é o melhor caminho.
Alguns, mesmo explicando, argumentando, justificando, não irão entender. É quando a paixão substitui a razão.
Mas, quando o grupo está alinhado, os próprios pais de outros nadadores ajudarão o técnico a desenvolver o trabalho.
Só há dois pecados, que devem ser evitados: a omissão e a mentira. Por mais dura que seja a realidade, ela deve ser apresentada e discutida.
Quando treinadores, nadadores e pais trabalham juntos como parceiros no desempenho – 100% comprometidos e focados em ajudar o nadador a atingir o seu potencial máximo, os bons resultados são inevitáveis.
Palavra chave: Pais; Nadadores; Técnicos; Informação.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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