Prejuízo trans(ceedntal)
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 25/Out/2024
Um relatório recente das Nações Unidas, “Violência contra mulheres e meninas nos esportes” alertou a comunidade mundial sobre questões relacionadas à competição esportiva feminina e paridade de gênero.
Conforme o relatório, mais de 600 atletas femininas em 29 esportes perderam medalhas, gerando mais debates acirrados sobre inclusão de gênero nos esportes.
Atletas transgênero ganharam cerca de 900 medalhas em diferentes esportes femininos em vários eventos, substituindo atletas mulheres.
O fato de um número muito expressivo (mais de 600 atletas femininas) que perderam para indivíduos que nasceram homens.
Essas declarações formais destacam lacunas significativas nas políticas do Comitê Olímpico Internacional, que continuam a afetar atletas em todo o mundo, levantando questões sobre o futuro da inclusão de gênero nos esportes.
Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a neozelandesa Laurel Harvard marcou a história ao se tornar a primeira atleta transgênero a competir em uma olimpíada.
Laurel iniciou a transição de gênero aos 30 anos, em 2013. Segundo as exigências da época, ela teve que manter seus níveis de testosterona no sangue abaixo de 10 nano moles por litro por um período de 12 meses para se tornar capaz de competir.
Desde 2021, o Comitê Olímpico Internacional (COI) atribui às federações desportivas internacionais a responsabilidade de estabelecer critérios específicos para que mulheres transgêneros ou com variação intersexual possam participar de eventos de nível de elite de cada esporte.
Algumas entidades esportivas, como rugby, natação e atletismo, foram as primeiras a estabelecer suas diretrizes.
Lia Thomas, uma nadadora mulher trans, questionou alguns critérios estabelecidos pela World Aquatics que limitam a participação de atletas transgêneros em competições femininas de elite.
Perdeu. Com a decisão, a atleta não pôde participar das seletivas olímpicas e, portanto, não esteve presente nos Jogos Olímpicos de Paris.
Mas, ainda existem órgãos que aguardam as decisões das entidades maiores para acatá-las. A falta de coragem faz a “empurra com a barriga”.
Palavras chave: Esporte; Transgênero; Perda; Medalhas.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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