Entendendo o progresso do nadador
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 09/Nov/2024
O desempenho de jovens nadadores é influenciado por diversos fatores, incluindo técnicas de natação, características físicas como altura, envergadura e peso, e a experiência adquirida ao longo do tempo.
O melhor desempenho sempre está associado a técnicas de natação mais eficientes.
Além dos dados antropométricos, tem importância na análise do desenvolvimento a eficiência energética, que se torna mais relevante em provas mais longas.
Para aprimorar esse desempenho, é essencial implementar programas de treinamento a longo prazo, considerando sempre o desenvolvimento físico do atleta.
Os treinadores devem acompanhar o crescimento de seus atletas e se concentrar mais em aprimorar a técnica de natação do que em aumentar a carga de treinamento.
Estudos longitudinais podem ajudar a entender a evolução do desempenho da natação da infância à idade adulta.
A progressão e os dados encontrados são importantes para explicar melhor como o ritmo de crescimento de cada nadador afeta o desempenho e seus fatores determinantes.
O nível de desempenho é altamente dinâmico e depende dos surtos de crescimento e maturação, bem como do programa de desenvolvimento do nadador.
Os nadadores devem ter uma melhora de 14 a 19% da infância à idade adulta em todos os eventos de nado livre para se tornarem parte de um grupo de elite.
Ao atingir a idade de 16 anos, a habilidade de prever o nível competitivo adulto aumenta significativamente.
Dessa forma, não se deve “negligenciar” um nadador que, em determinado momento, é mais lento do que seus pares, pois, no ano seguinte, ele pode se tornar um dos melhores de sua faixa etária.
Os nadadores mais jovens devem ter a chance de se destacar nos programas de longo prazo e não devem ser selecionados apenas pelo nível de desempenho de sua faixa etária.
Técnicos, nadadores e pais devem se conscientizar sobre a progressão fisiológica, biológica e técnica em um planejamento a longo prazo, com constantes aferições.
O que não se mede não se controla.
Palavras chave: Natação; Longo prazo; Antropometria; Energia; Medição.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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