Analisando os resultados dos nadadores infantis
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 17/Nov/2024
Após o encerramento do Campeonato Brasileiro Infantil, diversas abordagens podem ser usadas para analisar os resultados na natação em relação à idade.
Uma delas é o acompanhamento longitudinal, que avalia o desempenho de nadadores desde a adolescência até o auge.
Essa análise pode ajudar a entender o abandono precoce e a prever o sucesso em categorias mais avançadas.
Também é possível agrupar nadadores por desempenho para obter dados sobre a especialização, assim como utilizar percentuais para comparar a evolução entre temporadas.
A análise da velocidade na natação (tempo e ciclo de braçadas) é crucial para identificar momentos importantes no crescimento e desenvolvimento dos atletas, especialmente durante os anos puberais, quando desempenho e maturação se alinham.
Outras coisas a considerar incluem:
– Antes dos 16 anos, nadadores de ambos os sexos apresentam mudanças muito marcantes na fisiologia e nas variáveis antropométricas.
– A maior melhora no desempenho das mulheres ocorre entre 14 e 15 anos, e dos homens entre 15 e 16 anos.
– O treinamento antes dos 16 anos deve ser principalmente de natureza técnica e de desenvolvimento básico (técnica e resistência aeróbica).
– Após os 16 anos e o estabelecimento de uma técnica e base aeróbica, o treinamento deve enfatizar: 1) capacidade e potência anaeróbica, 2) habilidades técnicas de corrida e 3) habilidades psicológicas.
– A capacidade de resistência é totalmente desenvolvida aos 15 anos.
A competição teve 5 recordes de campeonato e dois recordes brasileiros de classe.
Mesmo com a cautela sugerida para resultados de classes menores, os dois recordes brasileiros de classe foram conseguidos por Lucas Dé, 51,75 nos 100m nado livre (infantil 2 – 14 anos) e Gabriela Ferreira, nos 200m nado borboleta, com 2,20,99 (infantil 1 – 13 anos).
Lucas Dé, de Americana, venceu 7 provas: 50, 100, 200, 400, 800 e 1500m nado livre e 200m nado medley.
Felipe Teixeira, da ADEN/SP, infantil 1 (13 anos), bateu o recorde de campeonato nos 100m nado borboleta, com 58,51.
Palavras chave: Natação; Brasil; Infantil; Análise.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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