A campeã que veio do frio
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 02/Jan/2025
Não é preciso vir de clubes grandes e poderosos, viver em cidades grandes ou, até mesmo, ter as condições mais favoráveis para ganhar uma medalha de ouro olímpica.
O Alasca, a noroeste do Canadá, é o maior e menos povoado estado dos EUA. Ele é conhecido pelo relevo diverso composto por espaços abertos, montanhas e florestas, com uma vida selvagem abundante e muitas cidades pequenas.
A localização geográfica do Alasca, no extremo norte do planeta, favorece as baixíssimas temperaturas registradas durante quase todo o ano. A temperatura mais baixa já registrada no Alasca foi de -62 °C, em Barrow, em 23 de janeiro de 1971.
O Alaska está entre os lugares mais frios do mundo.
Teoricamente, um lugar inadequado para a prática da natação.
Lydia Jacoby foi a primeira atleta da natação do Alasca a ganhar uma medalha olímpica, conquistando o ouro nos 100 metros peito nas Olimpíadas de Tóquio de 2020. Ela também ganhou uma medalha de prata no revezamento 4×100m metros medley.
Jacoby, uma jovem, então com 17 anos, veio da pequena cidade de Seward, Alasca (população: 2.773).
Ela já havia se destacado como a primeira nadadora do estado do Alasca a fazer parte da equipe olímpica de natação dos EUA.
As três principais influências no desenvolvimento do talento são o apoio familiar, o treinamento e as condições de treinamento.
Lydia afirmou, após a conquista da medalha, que o apoio recebido da família e da comunidade conseguiu superar as limitações das condições limitadas que enfrentou.
Solomon D’Amico, co-treinador principal do Seward TSUNAMI SWIM CLUB, é o mentor por trás do sucesso de Lydia Jacoby.
Nas seletivas olímpicas dos EUA de 2024, Jacoby ficou em 3º lugar na final dos 100m nado de peito feminino, perdendo a oportunidade de defender seu título olímpico em Paris, e declarou: “Eu voltarei. E eu serei melhor”, após o revés de perder a equipe olímpica.
Ninguém duvida disso.
Palavras chave: Natação; Medalha; Talento.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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