Escolha estratégica
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 07/Jan/2025
As decisões estratégicas procuram integrar recursos e competências aos objetivos a longo prazo, analisando pró e contras, além de oportunidades e riscos.
Essas escolhas envolvem determinar a estratégia mais eficiente para alcançar metas.
No último ciclo olímpico, ocorreram mudanças, já que o ciclo regular de quatro anos foi alterado. O ciclo para Tóquio foi prolongado para cinco anos, enquanto o período de preparação para Paris em 2024 foi reduzido a apenas três anos.
Essa sobreposição resultou em dois Campeonatos Mundiais (Fukuoka 2023 e Doha 2024) e o Europeu de Belgrado 2024, todos em onze meses, durante o período preparatório para as Olimpíadas de Paris 2024.
Esses desafios de agendamento levaram atletas e suas equipes a adotarem estratégias diferentes para chegar a Paris nas melhores condições. Uma constante foi, sem dúvida, o Campeonato Mundial de 2023.
Alguns nadadores escolheram pular o Campeonato Mundial de Doha 2024, um evento importante que perdeu relevância para muitos, que se concentraram em objetivos maiores, como ganhar um título olímpico.
A natação está mais dinâmica que nunca.
Vários atletas que foram campeões mundiais em 2023, não conseguiram repetir o resultado em Paris.
Entre os homens, Ahmed Hafnauoi, o australiano Sam Short, que chegou muito perto do recorde mundial nos 800 metros livres em 2023, mas perdeu a final em Paris.
O nadador chinês Qin Haiyang estabeleceu o recorde mundial nos 200m nado peito em Fukuoka, terminou em décimo nessa prova e em sétimo nos 100m nado peito, outra prova que ele venceu no Campeonato Mundial.
O francês Maxime Grousset, que ganhou o título com um tempo de 50.14, nos 100m nado borboleta, conseguiu apenas 50.75 em Paris, terminando em quinto lugar.
Entre as mulheres, o desastre foi menor. As únicas duas nadadoras que não chegaram ao pódio olímpico apesar de suas vitórias em Fukuoka foram Mollie O’Callaghan (AUS) e Ruta Meilutyte (LIT).
A australiana venceu os 200m nado livre como esperado, mas, nos 100m nado livre, ouro em 2023, perdeu por pouco o pódio olímpico, terminando em quarto lugar em um evento surpreendentemente vencido por Sarah Sjostrom.
Ruta, que havia garantido o título nos 100m nado peito no Japão com o tempo de 1:04.62, ficou de fora da final olímpica, terminando em décimo primeiro com um tempo acima de 1:06.
Palavras chave: Natação; Escolhas; Estratégia; Jogos Olímpicos.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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