Pensando fora da caixa
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 20/Jan/2025
O fato de a natação ser um esporte reconhecido internacionalmente, isso não garante a visibilidade e a sobrevivência tranquila em território nacional. Mesmo a história de conquistas de nadadores brasileiros de 15 medalhas olímpicas na natação e 2 nas maratonas aquáticas. Será preciso pensar muito fora da caixa para atrair a atenção (dividida com outras modalidades), da mídia, patrocinadores, torcedores e novos praticantes. A falta de relevância fora das Olimpíadas cria um grande problema na natação. Não há muitos outros eventos cobertos pela mídia em anos fora das Olimpíadas para atrair fãs para assistir nadadores competindo. Essa falta de espectadores afeta a sustentabilidade financeira de nadadores, técnicos e instituições de todos os níveis. Principalmente após o resultado negativo da natação em Paris, com o pior resultado do século. Os jovens não seguem a natação como um esporte regular, a menos que sejam nadadores. O impacto das estrelas da natação permanece limitado principalmente à esfera da modalidade. Faltam referências na natação, atualmente. As competições de natação devem ser repensadas em seus formatos. Horas intermináveis, sem grande atração ao público. Normalmente, um mix de nadadores de várias idades, com prejuízo ao nível técnico. Um indivíduo normal que não assiste natação, ao entrar em uma competição, assiste um determinado nadador vencer uma série e imagina que ele seja o campeão. Sem aviso do que está acontecendo, vai aos poucos percebendo que está longe da realidade. Aquela era somente uma das tantas séries da prova, que precisa ser totalmente concluída para anunciar o vencedor. Além dos tempos de um nadador e das medalhas olímpicas ou do campeonato mundial, não há outras estatísticas que possam determinar o valor de um atleta. Em cada uma das principais ligas esportivas, os atletas têm medidas estatísticas para determinar o valor geral do atleta. A diversidade de estatísticas produz um campo mais amplo de atletas que podem estar envolvidos no esporte. Enquanto isso, a temporada já começou e não temos nem ao menos um calendário definitivo, que depende da Assembleia Geral, que ainda não foi marcada. Se persistirem com o calendário pré-anunciado, me parece um equívoco, principalmente no primeiro semestre. Sem tempo de preparação dos nadadores e sem espaço para a renovação. Palavras chave: Natação; Inovação; Sobrevivência. |
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).