O mau gestor e o mau nadador
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 21/Jan/2025
Imagine um nadador que faz um esforço enorme para se locomover na água, sem eficiência. É o mesmo que um gestor ruim. Ele promove uma quantidade enorme de esforço, sem nenhuma coordenação ou direção. Cada braçada ou movimento de pernas não consegue trabalhar em harmonia. É um show de desencontro. Como indivíduos e equipes que não conseguem trabalhar juntos. O resultado é uma exaustão. A mesma coisa que assistir a equipes sem um objetivo comum, sem uma direção emitida por um líder. Cada um usa sua própria estratégia e forma para chegar ao objetivo, entrando em conflito com os outros e sem assimilar em aprender com os melhores do grupo. Como um mau nadador, além de não conseguir um resultado para si, acaba prejudicando os demais nadadores que utilizam a mesma piscina. As leis da física dizem que a energia não desaparece, ela é simplesmente transferida para outro lugar. Neste caso, ela foi transformada em ondas que ondularam para atrapalhar os outros. Não é diferente sob uma liderança ruim. Seja como resultado da falta de estratégia, direção ou mesmo da criação de uma cultura ruim, os efeitos cascata serão sentidos dentro e fora da organização. À medida que um indivíduo, equipe ou organização deixa de ser eficaz ou eficiente e o conflito se desenvolve, os funcionários sentirão a tensão. Eles ficarão desengajados ou estressados e começarão a se manifestar. No esporte, seja um erro de produção de calendário, falta de comunicação, organização dos eventos, inexistência de expectativas, inovação ou qualquer coisa no sentido, isso não produzirá resultados. Trazendo prejuízo para a instituição ou modalidade. Um líder deve estabelecer uma direção clara e criar um plano em conjunto com a equipe, definindo papéis e responsabilidades. É importante treinar e motivar os membros, garantindo que todos colaborem, além de apoiar aqueles que enfrentam dificuldades. O líder deve intervir quando alguém se desvia do objetivo, oferecendo apoio quando necessário. Se você chegou até aqui, na leitura do texto, sei que lembrou de alguém que se encaixa no modelo de mau nadador e mau gestor. Na natação, quem paga a conta do mau gestor/mau nadador costuma ser o técnico e o atleta. Palavras chave: Esporte; Gestão; Exemplo. |
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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