O equívoco em avaliar nadadores jovens somente pelo resultado
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 30/Jan/2025
Resultado é consequência.
Avaliar o resultado sem acompanhar o desenvolvimento do nadador jovem não é um procedimento justificável.
Como o desempenho na natação não é binário em seus elementos determinantes (respiração, flutuação, propulsão e imersão), não é de surpreender que alguns estudos tenham identificado uma combinação de fatores que melhor preveem o desempenho na natação.
Um estudo identificou que 78% da variação no desempenho na natação entre os nadadores foi determinada pela combinação da força do movimento da perna, pico de V̇O2, eficiência da braçada e massa muscular.
Além disso, descobriram que fatores biomecânicos podem explicar 90,3% da variação no desempenho na natação em provas de 100 m em comparação com parâmetros antropométricos (45,8%) e fisiológicos (45,2%).
Da mesma forma, foi observada uma combinação de fatores biomecânicos que melhor caracterizaram o desempenho na natação em provas de 400 m em comparação com fatores bioenergéticos e físicos.
Essas descobertas sugerem que fatores biomecânicos são melhores para prever o desempenho do que medidas fisiológicas e antropométricas, embora as duas últimas ainda sejam consideradas determinantes válidas, ilustrando que o desempenho da natação é uma variável multifatorial.
Dentro das variáveis fisiológicas, a combinação do salto horizontal e da capacidade pulmonar tem sido usada para prever o desempenho do nado livre em provas de velocidade em modelos de regressão, demonstrando a importância dos componentes metabólicos e de potência do desempenho.
É fundamental o acompanhamento das variáveis de desenvolvimento do nadador ao longo de sua trajetória na carreira esportiva.
Pela análise do estágio da manutenção da saúde (estágio primário de um bom resultado), na possível correção de desvios, alteração na programação de trabalho e na previsão de resultados.
O técnico é o gestor desses resultados.
Mas um programa é desenvolvido por cada nadador, segundo as suas características próprias, que precisam de acompanhamento.
Palavras chave: Natação; Acompanhamento; Avaliação.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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