Atletas, e outras figuras públicas, tentam moldar suas narrativas online, muitas vezes com o objetivo de transformar derrotas em “vitórias” sob outra perspectiva.
As redes sociais frequentemente cultivam uma cultura de positividade incessante, onde a vulnerabilidade e a derrota são menosprezadas ou vistas como sinais de fraqueza.
Há uma pressão para apresentar uma imagem de resiliência e superação constante.
Muitas vezes, as postagens são cuidadosamente planejadas por equipes de marketing para criar narrativas específicas que ressoem com o público e os patrocinadores.
Tentam encobrir maus resultados em vitórias, a qualquer custo.
A pressão por resultados no esporte é enorme. Tentar encontrar um lado positivo em uma derrota pode ser uma forma de lidar com a frustração pessoal e a expectativa do público.
O ambiente rápido e superficial das redes sociais nem sempre oferece o espaço para uma reflexão genuína e para a expressão de sentimentos negativos associados à derrota.
Ao apresentar consistentemente derrotas como trampolins para o sucesso ou como “vitórias” em lições aprendidas, pode-se criar uma imagem distorcida da realidade da competição, onde a derrota é uma parte intrínseca e, muitas vezes, dolorosa do processo.
A necessidade de transformar rapidamente a derrota em algo positivo pode impedir uma análise mais profunda dos erros e das causas da derrota.
Nem todos os atletas brasileiros se encaixam nessa descrição. Muitos expressam frustração e decepção após derrotas, mostrando um lado mais autêntico.
A tendência de atletas brasileiros de se autopromoverem através de insucessos nas redes sociais reflete uma dinâmica complexa, possivelmente influenciada por fatores culturais, pela busca por engajamento e pela crescente importância da imagem online no mundo do esporte.
O problema reside no excesso e na falta de autenticidade dessa transformação, quando ela se torna uma estratégia constante de autopromoção em vez de uma reflexão genuína.
As redes sociais criaram um palco onde a narrativa da derrota é frequentemente reescrita em busca de uma imagem positiva e engajadora.
Na realidade, derrota é derrota. Vitória é vitória. O importante é saber o que fazer com elas.