Proteínas em atletas de alto nível
Data: 20/out/2017
Por: Ricardo Nunes Borga
As proteínas são encontradas nos tecidos e células dos atletas. Elas estão presentes nos músculos, ossos, cabelos, unhas, pele, etc… e constituem cerca de 20% da massa corporal total.
São enzimas, hormônios, agentes protetores, têm ação anti-infecciosa e ainda são responsáveis pela regulação das reações químicas do organismo, pelo crescimento e pela reparação de tecidos.
A ideia de que atletas precisam de uma dieta rica em proteína para construir e reparar os músculos é muito bem aceito, e também há evidências de que as necessidades proteicas estejam aumentadas em praticantes de atividade física. Os músculos são constituídos basicamente de proteínas e o consumo adequado deste nutriente é fundamental para que sua formação e recuperação ocorram de forma adequada.
Ao iniciar um programa de treinamento nos é imposto uma grande demanda de proteínas corporais por causa principalmente das micro lesões musculares ocorridas e das demandas metabólicas.
A utilização de proteína como fonte de energia contribui com cerca de 5% a 10% da produção de energia durante exercício prolongado, porém, essa taxa pode aumentar muito se os estoques de carboidratos não estiverem cheios.
Cabe lembrar que utilizar proteína como fonte de energia pode significar – queimar – os músculos, o que prejudica o desempenho.
Dessa forma, manter um fornecimento adequado de carboidratos é a melhor maneira de evitar a degradação das proteínas musculares. Os carboidratos estão presentes nos pães, massas, arroz, batata, biscoitos, cereais, géis, bebidas esportivas e barras energéticas.
As proteínas são recomendadas em que esportes?
Proteínas musculares têm uma função muito importante em atletas. Elas desempenham um papel na estrutura muscular. Devem-se dissociar esportistas de resistência de esportistas de força.
De acordo com a American Dietetic Association (ADA), Dietitians of Canada (DC), e com a American College of Sports Medicine (ACSM) o consumo diário de proteínas por atletas de endurance e de força deve variar entre 1,2 a 1,7 g de proteína por kg de massa corporal ao dia.
McAdle, Katch e Katch (2011) sugerem que atletas que treinam extensamente consumam aproximadamente 1,2 a 1,8 g de proteína por kg de massa corporal ao dia.
É interessante ressaltar, que a maioria dos estudos realizados com praticantes de atividade física revela que consumo elevado de proteínas (por exemplo, superior a 2,4 g de proteína por kg de massa corporal ao dia) não traz nenhum benefício para o ganho de força, nem para o aumento da massa muscular.
Outro ponto que deve ser observado é que para as proteínas musculares serem poupadas durante um treinamento/prova prolongada e intensa, ou seja, não serem depletadas para serem utilizadas como energia, a ingestão de carboidrato deve estar adequada.
Se você pretende preservar e/ou aumentar a sua massa muscular deve ter uma ingestão adequada de proteínas, bem como de carboidratos.
Atleta de resistência
O exercício de longa duração pode alterar os músculos e tendões. Na verdade, em corredores, por exemplo, a onda de choque exerce um efeito destrutivo repetindo-se no momento de cada apoio do pé. Isto estimula a síntese de proteínas do músculo e permite a regeneração dos tecidos lesados. Assim, a necessidade de proteína é aumentada em atletas submetidos a exercício intenso, prolongado e repetido. Na França, os níveis recomendados para um atleta de resistência treinado regularmente é de 1,5 a 1,7 g/ kg / dia.
Atletas de força
A finalidade destes esportistas é desenvolver a massa muscular e, portanto, aumentar a quantidade de proteínas isoladas. Na França, os aportes nutricionais aconselhados (ANC) defendem, em atletas de força regularmente treinados, um consumo de proteínas de 1 a 1,2 g/ kg/dia, se o sujeito não deseja aumentar sua massa muscular e uma contribuição de 2 a 3 g/kg/dia para um aumento da massa muscular. O ANC, no entanto, indica que esta contribuição não deve exceder 6 meses por ano e um médico é necessário.
Importância das proteínas no corpo do atleta
As proteínas do corpo são elementos estruturais e funcionais presentes em todos os tecidos. É impossível fornecer uma lista exaustiva das intervenções. Estas proteínas têm uma vida variável, o que torna a renovação diária daquelas que foram degradadas e eliminadas.
Papel estrutural das proteínas:
Ao nível dos tecidos, proteínas promovem a função do tecido. Colágeno, elastina, queratina são exemplos. O colágeno é a proteína mais abundante no corpo e tem um papel na elasticidade do tecido.
Ao nível celular, as proteínas também geram um suporte mecânico. A forma da célula é, de fato, diretamente ligada a proteínas.
Papel funcional das proteínas:
O papel das proteínas é vital em diferentes funções:
Transporte de ácidos graxos e algumas vitaminas, a hemoglobina, o que permite o transporte de oxigênio no sangue e a mioglobina, que permite o transporte de oxigênio no músculo.
Na coagulação
No transporte de membrana. As proteínas controlam a interação entre as células e o meio extracelular.
Como um hormônio, tais como a insulina, glicogênio…
As enzimas são proteínas que regulam as reações do corpo.
Na forma de anticorpos: elas são feitas por certas células brancas do sangue para defender o organismo contra as células estranhas.
No movimento, devido a proteínas contráteis do músculo. A contração muscular é devido à interação entre duas proteínas, a actina e a miosina.
Papel energético da proteína:
De um ponto de vista metabólico, aminoácidos podem também ser utilizados como constituintes energéticos. No entanto, as proteínas não podem ser consideradas como uma reserva de energia comparável aos carboidratos e lipídios. A utilização de proteínas visando o aporte energético é relativamente pequena no organismo.
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