Paris: vocação olímpica
Data: 02/abr/2022
Por: Ricardo de Moura
Pierre de Frédy, nasceu na cidade de Paris no dia 1 de janeiro de 1863.
Conhecido como Barão de Coubertain, foi o fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna.
Paris será a segunda cidade a sediar os Jogos Olímpicos três vezes: 1900, 1924 e 2024.
Coincidentemente, ou não, Paris 2024 marcará 100 anos desde a última vez que a capital francesa sediou os Jogos Olímpicos.
Na segunda vez que Paris sediou uma edição dos Jogos Olímpicos, em 1924, Pierre de Coubertain, então Presidente do Comitê Olímpico Internacional, organizou o evento de forma invejável.
Além de um grande complexo desportivo, e um Estádio Olímpico, com capacidade para 60 mil pessoas, Paris contou com a primeira vila olímpica vista em uma edição das Olimpíadas, mesmo com estruturas rudimentares.
Os Jogos de 1924 foram a inspiração para a canção “Carruagens de Fogo”, do compositor grego Vangelis. A canção e o filme ganharam quatro Oscars, em 1981.
O filme retrata a história do corredor britânico Harold Abrahams, que venceu os 100 metros rasos nos Jogos Olímpicos de Paris, quebrando uma hegemonia americana desde 1896.
Paris 1924 inspirou outros personagens históricos.
Na natação, Johnny Weissmuller, então com 20 anos, ganhou duas medalhas de ouro. Algum tempo depois, ele deixaria as piscinas para estrelar 12 filmes do personagem Tarzan.
1924 foi a primeira vez que a natação foi realizada na piscina de 50m com raias marcadas.
A organização francesa também montou uma grande estrutura para a imprensa de todo o mundo fazer a cobertura do evento.
De forma inédita na história olímpica, uma edição dos Jogos teve transmissão radiofônica para muitos países.
Gertrude Ederle, bronze nos 100 metros livres da natação. O resultado incentivou a que ela, dois anos depois, fosse a primeira mulher a cruzar o Canal da Mancha (entre a Inglaterra e a França) a nado.
Ela percorreu o percurso duas horas mais rápido do que qualquer homem que nadara entre os dois lados do canal.
O corredor finlandês Paavo Nurmi ganhou cinco ouros em Paris. Ficou conhecido como o “finlandês voador”.
Paris é conhecida por sua resiliência, especialmente no processo de candidatura olímpica. A capital francesa foi derrotada na disputa pelos Jogos Olímpicos de 1992 (concedidos a Barcelona), os Jogos Olímpicos de 2008 (que foram para Pequim) e os Jogos Olímpicos de 2012 (concedidos a Londres).
Com vocação olímpica e imbuída de sua missão de difundir os conceitos e valores olímpicos, Paris mostra que vai realizar uma edição de Jogos Olímpicos diferenciada.
Desde o logotipo dos Jogos: será o mesmo, pela primeira vez para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Comunicação visual sem discriminação.
A Cerimônia de Abertura será no Rio Sena. Aproximação definitiva com o povo.
O contrato de design para as medalhas olímpicas de 2024 ainda não está definido.
Mas o visual proposto pelo francês Philippe Starck é único.
Ele foi o criador da tocha olímpica de Albertville 1992.
Starck projetou uma medalha de quatro peças que dará aos medalhistas a oportunidade de compartilhar seu sucesso olímpico com um membro de sua comitiva, um treinador, um parceiro ou quem quer que seja.
Afirmou Starck: “Hoje, mais do que nunca, a verdade é que você não ganha sozinho, então eu queria que esta medalha refletisse isso”. Se o vencedor quiser compartilhar sua medalha, ele pode fazê-lo.”
“Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento. Isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir.” – Clarice Lispector.
Paris sabe tudo. Tem vocação olímpica. Provoca inspiração.
Foto de rarrarorro
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