Sem estratégia se faz qualquer negócio
Data: 17/jan/2023
Por: Ricardo de Moura
Entra ano e sai ano, a maioria das instituições esportivas não se envolvem em planejamento estratégico. Algumas ainda fazem, assim mesmo, pobre e malfeito.
Uma das razões é a descontinuidade administrativa. A troca sistemática de presidente a cada um determinado ciclo. Novas ideias, conceitos e prioridades.
Mas, uma das principais razões para a estratégia ruim é a falta de experiência em gestão estratégica, devido à escassez de gerentes e executivos com experiência e à presença daqueles que não entendem de gestão estratégica.
Se não existe uma gestão estratégica, fica difícil identificar o desenvolvimento e conquistas. Os sucessos são pouco ou nada valorizados e os fracassos punidos. Na maior parte das vezes sobra para o técnico esportivo.
Uma organização esportiva está sempre combatendo incêndios. Está tão envolvida em problemas internos que não tem tempo e força para programar um planejamento estratégico.
A falta de coerência e controle nos processos organizacionais significa que a maior parte do tempo é gasta na resolução de problemas, em vez de antecipar os problemas ou resolvê-los.
A maioria das instituições esportivas veem o planejamento estratégico e o gerenciamento estratégico como uma perda de tempo, pois têm a impressão de que podem lidar com os imperativos de longo prazo fazendo coisas que sempre fizeram de uma maneira específica. Se está indo, deixa assim. A pergunta é: indo para onde? São reativas e não proativas.
Os clubes e instituições que estão vencendo, não veem sentido em mudar. A situação é confortável e elas se contentam com isso. O sucesso gera uma arrogância perigosa. O cenário pode mudar de forma sigilosa sem haver tempo de recuperar o tempo perdido.
Com experiência, muitos gerentes pensam que podem enfrentar qualquer tempestade porque “já estiveram lá, fizeram isso”. Isso está completamente fora do contexto. O advento da era digital mudou as regras do jogo.
Outra das razões pelas quais as instituições esportivas não se dedicam à gestão estratégica é o medo do desconhecido. Aí é que está o contraditório: exatamente por causa do desconhecido e do imprevisível é que eles têm que planejar com antecedência. Também existe o medo dos gerentes em aprender novas habilidades, da aptidão com novos sistemas e da capacidade de assumir novas funções.
A falta de cultura de planejamento, a visão imediatista dos gestores, a estrutura interna das instituições e a dependência do governo (Leis de Incentivo) impedem a expansão de um investimento maior no esporte e nos patrocínios.
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