OLD TIMES
Por: Ricardo de Moura
O tempo é o senhor na natação. A essência.
Diminuir um determinado tempo em uma determinada distancia nadada é o objetivo.
Diminuir o tempo começa na quantidade de vezes que o nadador treina, repete suas séries, levanta de madrugada, faz musculação, cuida da alimentação, se concentra, e faz e faz e faz…
Disciplina, foco, resiliência, humildade, cansaço, estresse, angústia…Nadar é contar ladrilhos com visão esfumeada, sons difusos, gosto de cloro, cheiro específico, trabalho de todos os músculos…
Tudo em busca de um melhor resultado. Um tempo menor.
Na terceira etapa do Troféu Brasil de Natação, houve uma pane no placar eletrônico…Atletas, técnicos, público, assistência local e televisiva não sabiam ao certo, na chegada, o que havia acontecido.
O próprio locutor chamou o evento como “um voo às cegas”.
Os organizadores afirmaram que a competição estava sem scoreboard, mas os resultados estavam sendo aferidos eletronicamente na cabine de controle.
Ao ver as chegadas das provas, os nadadores, com ar de expectativa, buscavam os técnicos, atletas, amigos, parentes para tentar saber o que havia acontecido.
Em provas decididas por centésimos, como na prova de 100 metros nado livre, diferença de 3 centésimos, a definição demorava um pouco mais. Minutos que pareciam horas.Os atletas lutavam em busca por melhores marcas pessoais, índices para os quatro maiores eventos internacionais do ano, em tentativa ÚNICA.
Um fato interessante fez lembrar o tempo sem cronometragem eletrônica.
A atleta Gabrielle da Silva, surpreendeu, melhorou bem sua marca na prova de 200 m peito, estabeleceu novo recorde brasileiro e atingiu o índice para o Mundial: 2,25,31.
De forma impulsiva, o técnico Carlos Matheus avançou na piscina em direção à atleta para informá-la do feito e comemorar. Lembrou muitos anos atrás…
O nadador precisa de pessoas com quem lutar, passar pelo inferno e comemorar o sucesso. Ontem, hoje e sempre!