Não basta ter bons nadadores
Por: Ricardo de Moura – 27/07/23
Uma das grandes lições que o Mundial de Fukuoka tem oferecido aos que estão envolvidos em gestão de esporte e na área profissional da Natação é que ter bons atletas não é o suficiente para ganhar medalhas.
Os atletas necessitam estar apoiados em um forte programa técnico com planejamento, metodologia de trabalho, financiamento, periodização e treinamento para potencializar o melhor resultado no momento certo.
Uma falha nesse PROCESSO pode diminuir a competitividade e comprometer o resultado do nadador. Com a diferença cada vez menor entre os nadadores de elite, qualquer detalhe pode fazer toda a diferença.
Sabemos que não se vence uma prova antes do tempo. No caminho existem eliminatórias, semifinais e finais. Muitos dos tradicionais concorrentes à medalha ficaram pelo caminho. Ao identificar os atletas tradicionalmente favoritos e a origem deles, podemos imaginar aqueles países que acertaram o PROCESSO. Resultados importantes em um período estratégico: a um ano de Paris. Significa que terão um número menor de ajustes para 2024. Outros, talvez, não tenham tempo para tanto.
Erros sempre podem acontecer. Mas, Independentemente da ciência, dos conceitos e “pseudoconceitos” que existem na área, é preciso identificar aquilo em que se acredita e porque se acredita nisso. E tentar, com todas as forças, implementar essa filosofia.
Não existe o treinamento perfeito, que funcione para todos em todos os níveis.
Os técnicos devem ter apoio das instituições e trabalhar em estreita colaboração com atletas, dirigentes, equipe interdisciplinar e patrocinadores, em uma perfeita integração para encontrar a melhor maneira e o melhor PROCESSO para buscar os maiores resultados.
Ideias, inovações, tecnologia, novos resultados de pesquisa e grandes desafios sempre estarão no caminho do esporte. É preciso saber ouvir, observar, humildade para saber fazer mudanças inteligentes e sistemáticas no sentido de aumentar o potencial dos nadadores.
Não falar demais, nem de menos. Quando surgir um questionamento ou qualquer coisa que possa comprometer o PROCESSO, é preciso questionar, comunicar, discutir e pautar erros e soluções.
Quem cala, consente. Depois, pode ser tarde. E ainda vão dizer que a culpa é do técnico.