Protagonistas e coadjuvantes
Por: Ricardo de Moura – 30/07/23
Fukuoka pode ser considerada um marco para mudança de cenário da Natação.
No Mundial de 2001, em Fukuoka, a Austrália obteve o melhor resultado de sua história com 13 medalhas de ouro, 3 de prata e 3 de bronze. Superou os Estados Unidos em medalhas de ouro: 9 de ouro, 9 de prata e 8 de bronze.
Em 2023, em Fukuoka, aconteceu o primeiro Campeonato Mundial de Natação, desde 2001, em que um país, que não os Estados Unidos, ganhou mais medalhas de ouro. A Austrália volta o obter 13 medalhas de ouro (13 de ouro, 7 de prata e 5 de bronze), contra 7 de ouro dos Estados Unidos (7 de ouro, 20 de prata e 11 de bronze).
Embora tenha tido uma queda na natação americana, que ganhou 45 medalhas (17 de ouro) em 2022 e 38 medalhas (7 de ouro) em 2023, os USA dominaram as finais: 64 participações em 2023. A Australia teve 40 participações e a China, 29.
São dados importantes para uma projeção de futuro. Os USA apresentou uma seleção renovada, que realizou as Seletivas com 20 dias de antecedência para Fukuoka, o que pode ter sido um fator de desequilíbrio. Mas, no geral, não foi tão ruim assim.
A China evoluiu bem: saiu de 1 medalha de ouro e 4 de bronze em 2022 para 5 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze. A Italia apresentou uma queda significativa: em 2022 conseguiu 5 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze; em 2023 foram 1 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze.
19 países conseguiram medalhas em 2022, em Budapeste. Em 2023, Fukuoka apresentou 21 países subindo ao pódio na natação.
Ganhar medalhas e participar de finais separam os protagonistas dos coadjuvantes.
Algumas posições são “amargas” em uma competição de Natação: o 4º lugar (“quase” pódio) e o 9º lugar (“quase final”).
O campeão do “quase pódio” foi o USA., com 8 vezes. Isso comprova a força competitiva do país: maior numero de pódio, maior número de finais e maior número de 4º lugar.
O campeão do “quase final” foi o dono da casa, Japão, com 7 vezes o 9º lugar. O país também retrocedeu: passou de 2 de prata e 2 de bronze de 2022 para 2 de bronze em 2023.
O Brasil não ganhou medalhas na Natação e participou de 8 finais, com a 9ª maior delegação da competição: 26 nadadores. A última vez que o Brasil não conquistou medalhas em Mundiais foi em 2007, Melbourne.
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RICARDO DE MOURA
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.