Bastidores da natação têm clima quente entre australianos e americanos
Por: Ricardo de Moura – 31/07/23
As coisas não correram como o esperado para a equipe americana de Natação.
Acostumados a uma hegemonia avassaladora nas competições internacionais da modalidade, tiveram que amargar um número menor de medalhas de ouro que a Austrália, agora em Fukuoka 2023.
Desde 2001, também em Fukuoka, quando a própria Austrália teve um número maior de medalhas de ouro, os Estados Unidos dominaram o quadro de medalhas na Natação, seja em número de medalhas de ouro, seja no total de medalhas.
Em 2023, a Austrália repetiu a dose e venceu os Estados Unidos em número de medalhas de ouro: 13 contra 7 (situação ainda melhor que 2001).
É a segunda vez desde as Olimpíadas de Melbourne de 1956 que a Austrália derrotou os Estados Unidos na contagem de medalhas de ouro de um grande torneio internacional. É também a primeira vez que a Austrália termina à frente dos Estados Unidos desde 2001.
A verdade é que os Estados Unidos sofreram uma queda muito brusca no número de medalhas de ouro de um ano para o outro: 17 em 2022 para 7 em 2023.
A revista americana Swimswam, no primeiro dia de competições já havia feito um prenúncio: “Pela primeira vez desde a edição de 1994 desses Campeonatos Mundiais, o país conseguiu zero medalhas de ouro no primeiro dia de competição”.
Quando terminaram as competições, a imprensa americana em geral afirmou que os Estados Unidos haviam vencido a competição de natação pelo número total de medalhas: 7 ouro/20 de prata/11 de bronze – 38 medalhas.
A Austrália somou 13 de ouro/7 de prata/5 de bronze – 25 medalhas.A imprensa americana, como um todo afirmou que os Estados unidos haviam vencido a natação. E os australianos estão contestando. O próprio site da World Aquatics coloca a Austrália em primeiro.
Não foi a primeira vez que os USA utilizam este expediente. Os australianos não gostaram, estão revidando e o clima pode esquentar ainda mais para Paris.
#gotasdefukuoka #natacao #medalhas #Paris2024
RICARDO DE MOURA
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.