A melhor saída pode valer uma medalha
Gotas técnicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 20/AGO/2023
O resultado esportivo é uma consequência
Muitos técnicos e nadadores não dão a devida importância a princípios e fundamentos básicos da natação competitiva: saídas e viradas.
Isso é facilmente comprovado quando assistimos às competições, principalmente nas classes menores.
A maioria deles julga como “perda de tempo”.
Em uma postagem anterior, que mostra Caeleb Dressel em treino de viradas, confirma que nada vem por acaso. Que a diferença que ele aplica nas provas vem de muito trabalho. O resultado de uma competição é o reflexo do que é realizado, desenvolvido e construído nas sessões de treinamento.
É uma questão matemática: em uma prova de 50 metros, a saída bem aproveitada e o aproveitamento subaquático dos 15 metros, por regulamento, significa quase 30% da prova.
Em piscina curta, de 25 metros, 60% das provas podem ser nadadas de forma subaquática, onde as viradas ganham importância fundamental.
A natação, cada vez mais é decidida nos detalhes. Saídas e viradas são mais que detalhes. Fazem parte de todas as provas.
Isso pode custar uma medalha.
Analisando a prova dos 50 metros nado livre masculino em Tóquio 2021, podemos observar que a diferença dos primeiros 15 metros foi fundamental para a vitória de Dressel. Mesmo que os oponentes possam fazer melhor tempo em alguns outros trechos da prova, a
vantagem inicial é fundamental.
Distância 0-15m| 15-25m|25-35m|35-45m|45-50 m| tempo final
Caeleb Dressel 4,58|4,32|4,70|5,00|2,47 – 21,07
Florent Manadou 4,70|4,60|4,90|4,90|2,45 – 21,55
Bruno Fratus 4,90|4,50|4,60|4,90|2,67 – 21,57
Manadou foi melhor que Dressel nos últimos 25 m da prova, mas a diferença inicial foi mortal.
No vídeo em anexo, um treino de saída do próprio Caeleb Dressel, que sempre teve incluído os trabalhos de saídas e viradas em sua programação de trabalho.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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