Investimentos mais eficientes no esporte
Gotas do esporte
Por: Ricardo de Moura
Data: 04/OUT/2023
As despesas, ou gastos, representam todos os valores que saem da conta da instituição com o objetivo de pagar os produtos e serviços necessários para garantir o funcionamento de um projeto ou da própria atividade competitiva.
Já os custos, são aqueles gastos ou despesas relacionadas diretamente ao projeto, que fazem parte da expertise da instituição: mão de obra, equipe multidisciplinar, manutenção, equipamentos etc.
Os custos se transformam em investimento se os recursos aplicados forem destinados a gerar um benefício ou lucro maior para a instituição no futuro.
A formação de atletas de base no Brasil (exceto futebol) é realizada basicamente em clubes. Poucos clubes têm estrutura, orçamento e DNA para lidar com esta importante tarefa.
Sempre fica a dúvida se esse trabalho é um custo ou um investimento. O Brasil tem crianças com biótipos para serem excelentes atletas em todas as modalidades olímpicas. Em grande parte do país, esse investimento acaba caindo na conta dos pais.
Existe o fomento através do Comitê Brasileiro de Clubes e Leis de Incentivo ao Esporte, nas esferas federal, estadual e municipal, porém são trabalhosos, burocráticos, com valores limitados e difíceis de serem captados. Principalmente para os clubes de menor estrutura.
O desequilíbrio no processo tem gerado problemas que impactam diretamente no resultado olímpico.
Não é fácil acompanhar o calendário esportivo em um país continental: altos preços de passagens aéreas, hospedagem, alimentação e deslocamento no local de competição. Nem todos conseguem cumprir.
O resultado: Campeonatos Nacionais comprometidos, enfraquecimento de clubes formadores, pouca renovação e envelhecimento dos principais atletas.
Há que se reformular os investimentos no esporte brasileiro.
Novos projetos, novas perspectivas.
Temos dados suficientes para uma análise, projeção e confecção de projetos mais eficientes.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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