Um pioneiro chamado Tetsuo
Gotas Pan-americanas
Por: Ricardo de Moura
Data: 17/OUT/2023
A natação nos 1º Jogos Pan-Americanos aconteceu de 26 de fevereiro a 7 de março de 1951, em Buenos Aires, Argentina . As eliminatórias foram realizadas de 26 a 28 de fevereiro, com as eliminatórias finais sendo disputadas em 2, 4, 6 e 7 de março. Foram disputadas 14 provas – 7 masculinas e 7 femininas
A natação brasileira foi o esporte com o maior número de medalhas de ouro do país, duas, graças às conquistas de Tetsuo Okamoto nas provas de 400 m nado livre (4,52,4) e nos 1500 m nado livre (19,23,3).
O Brasil ganhou, ainda, mais 2 medalhas de prata – Willy Otto Jordan nos 200 m nado peito (2,47,3) e no revezamento 4×200 m nado livre masculino (Ricardo Capanema, Aram Boghossian, João Gonçalves Filho e Tetsuo Okamoto), 9,13,3; e 2 medalhas de bronze – Piedade Coutinho nos 400 m nado livre (5,33,6) e no revezamento 4×100 m nado livre feminino (Talita Rodrigues, Idamis Busin, Ana Lucia Santa Rita e Piedade Coutinho), 5,03,6.
Depois das medalhas de ouro nos 400 metros livre e nos 1500 metros livre e medalha de bronze no revezamento 4×200 m nado livre, na primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, em Buenos Aires, Tetsuo Okamoto, de volta ao Brasil, foi recebido como herói em Marília, a cidade natal, que decretou feriado municipal.
Dois fatos curiosos: enquanto desfilava em carro aberto, sua casa era assaltada, mas os ladrões foram presos. E Okamoto recusou um carro oferecido pela comunidade japonesa como prêmio pelo resultado inédito na Argentina. Como era atleta amador, temia que o presente pudesse ser visto como pagamento e, consequentemente, profissionalização, e lhe tirasse a chance de ir aos Jogos de Helsinque.
Convocado para os Jogos Olímpicos de Helsinque, 1952, Tetsuo Okamoto também foi o primeiro atleta brasileiro a ganhar uma medalha olímpica na história da natação brasileira, uma medalha de bronze, nos 1500 metros livre.
Durante as eliminatórias, Tetsuo fez o melhor tempo, 19m05s6, novo recorde sul-americano. Na final, ganhou a medalha de bronze com o novo recorde sul-americano de 18m51s3 (28 segundos a menos que o tempo da medalha de ouro no Pan, um ano antes).
Recorde que durou dez anos.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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