Contraste
Gotas Pan-americanas
Por: Ricardo de Moura
Data: 20/OUT/2023
O clima de euforia na natação causado pela chegada dos Jogos Pan-americanos, com a chance de ganhar muitas medalhas contrasta com a realidade.
A natação brasileira se despediu do Mundial de Fukuoka 2023, no Japão, sem ganhar nenhuma medalha.
É a primeira vez em 16 anos que a equipe brasileira volta sem nenhum pódio de um Mundial. A última vez que isso havia ocorrido fora em 2007 (Austrália). Com uma sensível diferença: em 2007, Cesar Cielo e Thiago Pereira chegaram próximos ao pódio. Cielo foi ouro e bronze em Pequim-2008 porque um ano antes era finalista das duas provas no Mundial, pertinho do pódio.
Desta vez, somente Guilherme Costa se aproximou dele.
Em todo o Mundial de Esportes Aquáticos, a única medalha do Brasil veio na Maratona Aquática.
Estamos a 279 dias de Paris, e a medalha leva um tempo para ser construída. Logicamente que a equipe pode chegar com chances de pódio em Paris, mas é mais difícil.
Fernando Scheffer e Guilherme Costa, com mais currículo podem usar o Pan como uma avaliação, mesmo em situações diferentes. Guilherme vem tendo um caminho mais regular. Já, Fernando, alternou altos e baixos.
Mudou de técnico e o Pan pode ajudar a acertar o rumo. Técnica e psicologicamente.
A responsabilidade pela campanha instável do Brasil em Fukuoka e o futuro em Paris, passa por muitas situações que envolvem atletas, clubes, treinadores, comissões técnicas, dirigentes.
A periodização do trabalho é uma delas.
Jogos Pan-americanos, Troféu Finkel (uma semana após o Pan), eliminatórias para Doha, Campeonato Mundial de Doha, eliminatórias olímpicas e Jogos Olímpicos…
O cenário do Pan oferece grandes possibilidades de conquista de medalhas. A seleção americana foi formada como terceira opção, depois de Mundial de Fukuoka e Mundial Junior. O Canadá, embora esteja mais forte que 2019, tem um masculino sem muita expressão.
A competitividade no feminino parece ter um nível mais acirrado que no masculino.
Vamos observar os tempos e a melhora técnica de cada um deles. Mais que a conquista de medalhas.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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