Ação entre amigos
Críticas
Por: Ricardo de Moura
Data: 04/NOV/2023
Considerando:
1- Que o Troféu José Finkel de Natação 2023 foi realizado 6 dias após o término da Natação no Pan;
2- Que a proximidade entre as datas exigiu um grande esforço dos atletas, com impacto nos resultados técnicos;
3- Que, após os Jogos Pan-Americanos, a melhor estratégia seria a seleção dos atletas brasileiros com maior potencial e preparação direta para os Jogos Olímpicos de Paris;
4- Que a visibilidade do Troféu Finkel foi extremamente comprometida, já que o evento concorreu com a última semana dos Jogos Pan-Americanos e a final da Copa Libertadores de Futebol;
5- Que a visibilidade, que já era pequena, ficou ainda mais reduzida em função da perda de transmissão do Canal Olímpico (COB), que transmitia os Jogos Pan-Americanos (o Canal Olímpico transmitiu o Troféu Brasil de Natação no primeiro semestre);
6- Que alguns dos melhores nadadores brasileiros, como Guilherme Caribé e Stephanie Balduccini não participaram em função de compromissos;
7- Que, como o esperado, os nadadores de elite sequer conseguiram repetir suas melhores marcas. Como exemplo, os dois melhores índices técnicos da competição – masculino, Guilherme Costa, 400 m nado livre – 3,48,31 e feminino, Maria Fernanda Costa, 200 m nado livre – 1,58,26, se classificariam em 45º e 57º no Ranking Mundial, respectivamente. Lembrando que Guilherme tem 3,43,58 (Mundial) e Maria Fernanda tem 1,57,76 (Troféu Brasil);
8- Que todas essas variáveis eram do conhecimento dos que programaram o evento;
Podemos concluir que:
– Programar competições de natação cujo objetivo não seja o de alcançar os melhores resultados técnicos e não ter nenhuma visibilidade, nem mídia espontânea, não é uma competição, é UMA AÇÃO ENTRE AMIGOS.
Que custa caro, toma tempo, exige um esforço grande de técnicos e atletas, não fornece o devido retorno às instituições e não avança.
#trofeujosefinkel #natacao #visibilidade #faltaderesultados
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
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